O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,11% em agosto, ante uma alta de 0,19% em julho, segundo divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o índice acumula alta de 2,54% em 8 meses. Em 12 meses, o IPCA acelerou para 3,43%, acima dos 3,22% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas permanece bem abaixo da meta de 4,25% definida pelo governo para o ano, o que reforça as apostas de novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 6% ao ano, mínima histórica.
“Esse avanço [no acumulado em 12 meses] de 3,22 para 3,43% é justamente porque saiu dessa série de 12 meses a deflação registrada em agosto do ano passado”, observou o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov da Costa.
O pesquisador destacou também que a conjuntura econômica ainda mantém freio no consumo.
“O que a gente nota é que o consumo das famílias tem tido um crescimento lento, gradual, e a criação de empregos tem se dado principalmente da informalidade, que geralmente paga salários menores, o que tem deixado a massa salarial estável. Então, fica difícil a gente pensar em pressão de demanda com este cenário econômico".
Ele enfatizou, ainda, que a alta na inflação de agosto foi puxada por serviços como a energia elétrica, que não sofrem pressão por demanda.
Alimentos e transportes freiam inflação
Na passagem de julho para agosto, houve deflação em 3 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. As maiores queda de preços vieram dos grupos "Alimentação e bebidas" (-0,35%) e "Transportes" (-0,39%), que contribuíram com -0,09 p.p. e -0,07 p.p., respectivamente, na composição do IPCA. Já o grupo "Saúde e cuidados pessoais" recuou 0,03%.
Entre as maiores quedas no mês, destaque para o grupamento alimentação no domicílio (-0,84%) e os itens tomate (-24,49%), batata-inglesa (-9,11%), hortaliças e verduras (-6,53%) e carnes (-0,75%).
Segundo o IBGE, a redução nos preços de alguns dos principais alimentos consumidos no dia a dia dos brasileiros aconteceu por questão de aumento de oferta nos pontos de venda.
Passagens aéreas e gasolina caem
e No grupo "Transportes", os principais recuos foram nos preços das passagens aéreas (-15,66%), gasolina (-0,45%) e o óleo diesel (-0,76%).
"É comum você ter queda nas passagens aéreas em agosto, porque você tem uma base alta de comparação que é julho, mês de férias, quando as tarifas tendem a ser mais altas", disse o pesquisador, lembrando que em julho a alta das passagens aéreas foi de 18,63%.
No lado das altas, o grupo "Habitação" teve alta média de 1,19%, representando o principal impacto na inflação do mês, influenciado principalmente pelo aumento de 3,85% na energia elétrica, impactada pela da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta às contas de luz uma cobrança de R$ 4,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Veja a inflação de agosto por grupos pesquisados e o impacto de cada um no índice geral:
Alimentação e Bebidas: -0,35% (-0,09 ponto percentual)
Habitação: 1,19% (0,19 p.p.)
Artigos de Residência: 0,56% (0,02 p.p.)
Vestuário: 0,23% (0,01 p.p.)
Transportes: -0,39% (-0,07 p.p.)
Saúde e Cuidados Pessoais: -0,03% (0 p.p.)
Despesas Pessoais: 0,31% (0,04 p.p.)
Educação: 0,16% (0,01 p.p.)
Comunicação: 0,09% (0 p.p.)
Perspectivas e meta de inflação
Para setembro, a inflação deverá sofrer pressão positiva da energia elétrica, que permanece com bandeira tarifária vermelha patamar 1, e da gasolina, que teve reajuste de 3,50% anunciado pela Petrobras após três quedas seguidas.
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida no final de julho para 6% ao ano.
Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,59% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central. Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,85%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
Na última semana, os analistas do mercado financeiro mantiveram a previsão da Selic para o final de 2019 em 5% ao ano. Com isso, o mercado indica esperar mais cortes na taxa básica de juros em 2019. Para o fim de 2020, a estimativa do mercado financeiro para a Selic é de 5,25% ao ano.
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida no final de julho para 6% ao ano.
Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,59% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central. Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,85%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
Na última semana, os analistas do mercado financeiro mantiveram a previsão da Selic para o final de 2019 em 5% ao ano. Com isso, o mercado indica esperar mais cortes na taxa básica de juros em 2019. Para o fim de 2020, a estimativa do mercado financeiro para a Selic é de 5,25% ao ano.
Veja todos os índices regionais (agosto/acumulado em 12 meses)
São Paulo: 0,33%/3,60%
Fortaleza: 0,33%/4,43%
Curitiba: 0,18%/2,78%
Belo Horizonte: 0,13%/3,29%
Goiânia: 0,11%/2,86%
Rio Branco: 0,10%/3,80%
Brasília: 0,08%/3,36%
Salvador: 0,04%/3,27%
Recife: 0,01%/3,20%
Porto Alegre: -0,04%/3,63%
Rio de Janeiro: -0,06%/3,51%
Belém: -0,20%/3,52%
Campo Grande: -0,01%/3,29%
São Luís: -0,31%/3,56%
Aracaju: -0,47%/3,75%
Vitória: -0,50%/3,05%