O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), lamentou nesta segunda-feira (9) a morte do engenheiro eletrônico Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, enquanto ele andava de patinete. Kalil disse, em entrevista exclusiva ao G1, que, enquanto não sai a regulamentação, ele espera que cada cidadão cuide de sua segurança.
“Enquanto não tem regulamentação, cada um tem que se cuidar. O poder público não pode se apavorar. (...) Não adianta fazer leizinha demagógica na segunda-feira e na terça-feira a Justiça derrubar”, disse o prefeito sobre a importância do uso do patinete.
Roberto sofreu um grave acidente no início da tarde do último sábado (7), quando caiu do patinete elétrico e bateu com a cabeça em um bloco de concreto que marca a ciclovia na Avenida Paraná, no centro de Belo Horizonte. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital horas depois.
Alexandre Kalil vetou integralmente o projeto de lei que tratava do uso de patinetes elétricos aprovado pela Câmara Municipal. O prefeito explicou que a responsabilidade de planejar, dirigir e controlar os serviços de transporte coletivo e individual de passageiros é do município. Por isso, ainda de acordo com o prefeito, a proposta aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) é inconstitucional.
Ainda segundo o prefeito, a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHtrans) está elaborando um estudo complexo para regulamentar o uso dos patinetes até antes do projeto de lei da Câmara.
“Vamos chamar todos os atores à mesa, assim como foi feito com os aplicativos de transporte”, disse Kalil.
O prefeito criticou veementemente os blocos de concreto que separam algumas ciclovias na cidade. Ele disse que uma das primeiras medidas que tomou quando assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte foi suspender a instalação destes blocos, considerados por ele “muito perigosos”.
“Nunca fiz um [bloco] e não vou fazer, mas não tem como retirar [os que já estão instalados]. O problema de recolher é que tem que recapear a rua. Então, a gente esbarra em uma questão econômica”, explicou.
Kalil reforçou o apelo para que os cidadãos tenham cuidado.
“O que eu posso dizer como prefeito é: usem capacete”, disse.
O acidente
Roberto Pinto Batista Júnior, de 43, anos, morreu na noite de sábado (7). Ele bateu a cabeça contra um bloco de concreto no cruzamento da Avenida Paraná com a Rua dos Tupis.
Segundo o Samu, ele sofreu duas paradas cardiorrespiratórias enquanto ainda estava no chão e precisou ser reanimado. A causa da morte foi um traumatismo craniano grave. O corpo foi enterrado neste domingo (8).
Em nota a Yellow, empresa de aluguel de patinetes, manifestou “profundo pesar e solidariedade com os familiares de Roberto Pinto Batista Jr”. Disse ainda que está em contato direto com a família da vítima “para prestar todo o apoio possível neste momento e também está em diálogo com as autoridades locais para ajudar a esclarecer de que forma este acidente ocorreu”.
Esta é a segunda morte envolvendo uma pessoa que andava de patinete elétrico no país. Na última quinta-feira (5), um homem de 28 anos foi atingido por um carro na contramão quando andava de patinete em Anápolis (GO).