Os investigadores da 18ª DP (Tijuca) devem ouvir, nesta segunda-feira (16), funcionários que estavam no Hospital Badim no momento em que o fogo começou.
O incêndio, na noite de quinta-feira (12), deixou 11 mortos. Depois de uma análise inicial das imagens do circuito interno, agentes da Polícia Civil já sabem que o incêndio no Hospital Badim começou no gerador, que estava no subsolo da unidade.
No sábado (14), por cerca de duas horas, três agentes da Polícia Civil permaneceram no subsolo do prédio coletando materiais para análises. Várias peças do gerador de energia do hospital foram retiradas pelos peritos.
Perguntas sem resposta
A polícia está juntando documentos e nesta segunda-feira ouve mais testemunhas. Entre as perguntas que a investigação terá que responder estão:
Por que a fumaça tóxica se espalhou por dentro do hospital ?
A área do gerador tinha a ventilação prevista nas normas técnicas ?
A proximidade do combustível do gerador estava respeitando as normas de segurança ?
Por que aconteceu o curto-circuito ?
A empresa de energia afirma que não houve falta de luz, mas o gerador estava ligado. O hospital usava o gerador no horário em que a energia é mais cara para economizar ? A prática não é proibida, mas a manutenção precisa ser mais cuidados por causa do desgaste do equipamento.
Por que se passaram pelo menos 8 minutos de uma situação de risco potencial sem que a retirada das pessoas começasse ?
"Vamos verificar responsabilidade, se há um plano de contingência para o caso de incêndio, se há uma regularidade do hospital junto aos órgãos públicos - Corpo de bombeiros, Prefeitura. Isso tudo será analisado, e havendo responsabilidade, o responsável será penalizado," diz o delegado Roberto Ramos, que investiga o incêndio.
O que diz o hospital
O Hospital Badim informou ao Fantástico que o prédio possuía todos os equipamentos de incêndio exigidos por lei, como porta corta-fogo, extintores, detectores de fumaça com alarmes sonoros e que todos estavam funcionando no momento do incêndio. Disse ainda que uma equipe de brigadistas treinados estavam no prédio no momento do fogo e optou por evacuar o prédio. Não houve resposta se foram estes brigadistas treinados que tentaram conter o incêndio no gerador.
Ainda sobre o gerador, o hospital confirma que usa o equipamento fora de situações de emergência, mas afirma que faz manutenções regulares e dispõe de ventilação e exaustão de acordo com as normas.
Sobre a localização do gerador, o hospital afirma que ele estava num local isolado, que não é usado como garagem pelo público externa.
O Hospital Badim é associado da Rede D'or. E é administrado pela família Badim, que é sócia do hospital.