Policiais da Operação Malhas da Lei do 23°BPM de Pernambuco prenderam nesta quarta-feira (17) José Bezerra de Lira, conhecido como Zé do Rolo. Ele é apontado como o líder do grupo responsável por vender apartamentos de dois prédios que caíram na Muzema, Zona Oeste do Rio, no dia 12 de abril, matando 24 moradores.
Zé do Rolo foi encontrado em um sítio na região de Afogados da Ingazeira, no Alto Pajeú, no Sertão de Pernambuco. Assim que foi capturado, o suspeito disse aos policiais que estava fugindo com medo de represálias da milícia à qual era ligado no Rio de Janeiro. Ele não resistiu à prisão. Com ele, foram encontradas duas espingardas e munições.
Segundo a delegada Adriana Belém, responsável pelas investigações, a transferencia de Zé do Rolo para o Rio de Janeiro ainda não tem data para acontecer, mas os trâmites necessários já estão sendo realizados.
Em abril, José Bezerra de Lira; Renato Siqueira Ribeiro; e Rafael Gomes da Costa tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Os três foram indiciados por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
Rafael foi preso em maio, quando se entregou na delegacia do Leblon e foi levado para a 16ª delegacia, na Barra da Tijuca, responsável pela investigação.
Segundo a polícia, Zé do Rolo, Rafael e Renato vão responder por homicídio doloso qualificado. Os investigadores dizem que, ao vender os apartamentos nos prédios que desabaram, eles assumiram o risco de matar alguém.
Eles também deverão responder pelas 24 mortes e serão investigados por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Além dos prédios na Muzema, a polícia investiga se apartamentos em outras regiões do Rio e até em estados do Nordeste também pertencem aos integrantes dessa milícia.
Construções irregulares
Os dois prédios da Muzema, comunidade localizada no Itanhangá, Zona Oeste do Rio, desabaram na manhã do dia 12 de abril – quatro dias depois que a chuva mais intensa dos últimos 22 anos atingiu vários pontos da cidade e provocou a morte de 10 pessoas. Cada um dos edifícios tinha cinco andares.
Segundo a Prefeitura do Rio, os imóveis eram construções irregulares e chegaram a ser interditados duas vezes nos últimos meses.