POLÍCIA CONFIRMA TERCEIRA MORTE POR SÍNDROME NEFRONEURAL EM BH
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Publicado em 16/01/2020

A Polícia Civil confirmou, na manhã desta quinta-feira (16), a terceira morte provocada pela síndrome nefroneural em Belo Horizonte. A doença tem sido vinculada ao consumo da cerveja artesanal Belorizontina, da fabricante Backer.

A vítima é um homem de 89 anos, que não teve a identidade divulgada até a última atualização desta reportagem. O paciente morreu no Hospital Mater Dei, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, por volta das 2h50. O corpo deve passar por exames e perícia no Instituto Médico-Legal (IML).

Nesta quarta-feira (15), a segunda morte pela síndrome havia sido confirmada. Trata-se de Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 76 anos. O corpo dele deve ser enterrado às 11h desta quinta-feira. Permanece sob investigação a morte de uma mulher em Pompéu, Região Centro-Oeste do estado.

Ao todo, foram feitas 18 notificações de pessoas doentes, incluindo o paciente morto nesta madrugada. A primeira vítima da síndrome a morrer foi Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro.

Força-tarefa apura relação com cerveja

Uma força-tarefa investiga a relação das internações e mortes com o consumo da cerveja Belorizontina. A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada em lotes do produto.

Entre os sintomas da síndrome nefroneural estão alterações neurológicas e insuficiência renal. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo, os primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol são dores abdominais, náuseas e vômitos. O tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem o etanol como antídoto.

Sintomas

Entre os sintomas da síndrome nefroneural estão alterações neurológicas e insuficiência renal. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo, os primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol são dores abdominais, náuseas e vômitos. O tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem o etanol como antídoto.

Veja os lotes de cerveja onde o dietilenoglicol foi identificado:

Belorizontina: L2 1354, L2 1348, L2 1197, L2 1604, L2 1455, L2 1464

Capixaba: L2 1348

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) afirmou, nesta terça-feira (14) que os 17 casos investigados atingem pessoas de Belo Horizonte e de outras cinco cidades do estado. Já a Polícia Civil trabalha com 18 casos.

 

Conforme a secretaria, são 12 notificações na capital mineira e os demais casos notificados são de moradores de:

 

Nova Lima, na Região Metropolitana;

São João Del Rei, no Campo das Vertentes;

São Lourenço, no Sul de Minas;

Ubá, na Zona da Mata;

Viçosa, na Zona da Mata.

'Não bebam a Belorizontina'

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, nesta segunda (13), que todas as cervejas da marca sejam recolhidas e que seja suspensa a venda de produtos. A medida é válida para qualquer rótulo da cerveja, além dos chopes, fabricado entre outubro de 2019 e janeiro. A Backer informou que pediu mais prazo à Justiça para fazer o recall.

A diretora de marketing da Backer, Paula Lebbos, pediu em entrevista coletiva nesta terça-feira (14) que as pessoas não consumam a cerveja alvo da investigação. A orientação vale também para a cerveja Capixaba, que é produzida no mesmo tanque e possui a mesma fórmula da Belorizontina, porém com rótulo diferente.

"O que estou pedindo é que não bebam a [cerveja] Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo", disse ela.

No início desta tarde desta terça (14), a Polícia Civil e o Mapa vistoriaram novamente a cervejaria Backer no bairro Olhos D'Água, na Região Oeste de BH. Nesta quinta-feira, a fábrica seguia interditada.

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