Cinco pessoas morreram após a forte chuva que atingiu a região Centro-Oeste Paulista entre segunda-feira (10) e terça-feira (11).
Das cinco vítimas, três delas estavam juntas em um carro que seguia para uma consulta médica em Botucatu (SP). Outras duas morreram após os veículos em que estavam serem "engolidos" em rodovias.
Maria Cristina Infanti Ferre e Lourival Ferre
Os dois eram casados e aposentados, segundo uma parente informaram. Eles foram encontrados em Vitoriana, distrito de Botucatu (SP), na terça-feira (11). Pais de três filhos, o casal morava no Bairro da Mina. A idade deles não foi divulgada.
De acordo com a parente, o casal seguia de carro para uma consulta médica no dia do acidente. Maria Cristina foi encontrada a 150 metros do local onde o carro foi encontrado, pela manhã. Já Lourival foi encontrado a tarde, em um local de difícil acesso próximo ao carro que afundou na chuva.
Maria Silvia Infanti
Era irmã de Maria Cristina e cunhada de Lourival. A idade dela não foi divulgada, mas segundo a sobrinha do casal, Maria Silvia morava aos fundos da casa da irmã e era idosa.
No dia do acidente, seguia para uma consulta de rotina junto com a irmã e o cunhado. O corpo dela foi encontrado junto com o da irmã, na manhã de terça-feira (11).
Epaminondas Macedo Souza, de 50 anos
Era motorista de caminhão e foi encontrado morto a 1,3 quilômetro da cratera onde caiu com o veículo na rodovia Marechal Rondon (SP-300). O corpo foi levado para Porto Feliz (SP), cidade onde morava, para velório e enterro.
Cláudio Góes, de 59 anos
Era funcionário da concessionária Entrevias, que administra a rodovia. Natural do Rio de Janeiro (RJ), exercia a função de supervisor de tráfego na empresa e morava em Botucatu.
Conforme a empresa, um duto de água que passa sob a Rodovia Leonor Mendes de Barros (SP-333), em Júlio Mesquita, cedeu e causou o desabamento da pavimentação.
O carro em que Cláudio estava e um caminhão que carregava bebidas também foram 'engolido's pela cratera. Cláudio não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o caminhoneiro não se feriu.
Temporal e estragos
Ao todo, a Defesa Civil registrou 226 chamados em Botucatu. O Rio Lavapés transbordou, inundou casas às margens, danificou e removeu pontes em seu percurso. Até esta terça-feira, 40 mil pessoas estavam sem fornecimento de água.
Cerca de 20 casas ficaram submersas na Rua Independência e, na Rafael Sampaio, uma ponte foi arrancada pela força da enxurrada.
Segundo a Defesa Civil, 155 pessoas ficaram desabrigadas e 30 foram abrigadas no ginásio Mario Covas. A companhia de água também trabalha para restabelecer o abastecimento na cidade depois que uma adutora rompeu.
Outras seis pontes caíram: Rua Coronel Fernando Prestes (Centro), Avenida Itália (Garagem Municipal), Rua Amando de Barros (Centro), Rua Prefeito Tonico de Barros (Centro), Estrada Moretto (Acesso a SP-191), e Fazenda Experimental do Lageado (Unesp/FCA).
A Defesa Civil registrou 14 pontos de alagamento, incluindo a região do Terminal Rodoviário e a estrada Alcides Soares. O trânsito já foi liberado nestes pontos.
As aulas também foram suspensas nesta terça-feira (11) em duas escolas (Elda Moscogliato e Raul Torres) e uma creche municipal (Creche da Vila Aparecida).
O Ambulatório de Especialidades do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) retomou os atendimentos nesta terça-feira (11), após suspensão devido à forte chuva que atingiu a cidade na madrugada de segunda. Para reagendar consultas, os pacientes devem ligar no telefone (14) 3811-6412.
O governador de SP em exercício, Rodrigo Garcia, esteve na região para acompanhar de perto os estragos provocados pela chuva. Durante a visita a Botucatu, Garcia falou em ações para reparar os danos provocados, principalmente em relação ao abastecimento de água da população.
“Nós estamos com a equipe trabalhando para o mais rápido possível restabelecer a ligação de água, porque mais de 40 mil pessoas estão sem. O Estado também vai ajudar financeiramente a prefeitura na reconstrução das pontes que caíram e na ligação das rodovias”, garantiu.
Além disso, Garcia lamentou as mortes. Segundo ele, o governador João Doria já autorizou a liberação de recursos para a cidade.
“Infelizmente lamentamos [as mortes], porque o estrago material, de alguma maneira, conseguimos reparar. Então, dividimos nossa tarefa em ações de curtíssimo prazo, como essa da Sabesp, e médio prazo, que são as obras estruturantes para que as vidas voltem ao normal”, explicou.
As pessoas que necessitarem de ajuda podem acionar a Defesa Civil pelo telefone 199. Além disso, o Fundo Social de Solidariedade está recebendo doações, desde roupas, produtos de higiene e limpeza, cobertores, colchões, móveis e eletrodomésticos.
Os materiais podem ser levados até o Fundo na Rua General Teles, 1434 - Centro. Mais informações pelo telefone (14) 3811-1524.