BRA: SERVIDORES TENTARAM IMPEDIR VOTAÇÃO E PMS USAM SPRAY E BOMBAS
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Publicado em 04/03/2020

A Polícia Militar usou bombas de gás, bala de borracha e spray de pimenta durante uma confusão com servidores estaduais que protestavam em frente à Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp), na manhã desta terça-feira (3).

O problema ocorreu após um grupo de manifestantes que estava do lado de fora do prédio tentar entrar para acompanhar a votação da reforma da Previdência. Os corredores da Casa já estavam lotados de servidores contrários à PEC. O projeto foi aprovado com 59 votos a favor.

A Tropa de Choque da PM cercou o prédio e fechou as entradas. A Avenida Pedro Álvares Cabral foi bloqueada em ambos sentidos pela CET.

A assessoria de imprensa da Alesp ainda não contabilizou o prejuízo, mas afirma que portas, janelas, vidros, estátuas e cadeiras foram depredadas pelos manifestantes durante a confusão.

O presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), afirmou que a ação da polícia foi correta e que um pequeno grupo de 'black blocks' atrapalhou a manifestação legítima dos servidores ao tentar entrar no plenário.

"Os manifestantes vieram aqui de maneira legítima colocar suas posições, sejam elas contrárias ou favoráveis à reforma. Assistiram o palco de uma depredação por parte de alguns poucos 'black blocks' e alguns vândalos que acabaram se juntando aos blocks que quebraram muitas coisas dentro da sede do poder legislativo. A Polícia Militar agiu corretamente na maneira de garantir a ordem e o direito democrático dos parlamentares de fazerem e realizarem o seu voto", afirmou Macris.

A deputada estadual Professora Bebel (PT), ligada ao Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse que pelo menos vinte servidores da educação ficaram feridos na ação da polícia.

Bebel negou que os professores tenham depredado o prédio, como justifica a presidência da Casa ao ser questionada sobre o uso da força pela Polícia Militar dentro Alesp.

"Os professores não estavam armados, eles estavam assistindo à votação dentro da sala. A própria polícia causou isso atirando", declarou a parlamentar.

Votação

A sessão extraordinária começou às 9h com discussões e Casa cheia. Houve confusão também no interior da Casa. A PM chegou a usar spray de pimenta contra os servidores que tentavam entrar no plenário.

No início da tarde, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou sua conta nas redes sociais para comentar a aprovação.

"Parlamentares que honraram os votos que receberam nas urnas, permitindo que o Governo de SP tenha equilíbrio fiscal e recupere sua capacidade de investimento. O gasto com a previdência em SP já é maior que o orçamento da saúde, segurança e educação", disse.

"Não posso deixar de registrar meu repúdio aos atos de vandalismo presenciados durante a votação, dentro e fora da Alesp. Depredação do patrimônio público, intimidação aos parlamentares, agressão a policiais e desrespeito à democracia", completou.

Durante o debate da PEC, o deputado Carlos Gianazzi (PSOL) chegou a pedir que a sessão fosse interrompida após gritaria e confusão.

A Polícia Militar atirou spray de pimenta e bombas de gás em servidores que tentavam entrar no plenário. A deputada Márcia Lia (PT), que estava no local, foi atingida.

"Está cheio de gás de pimenta dentro de uma casa democrática. Os deputados e deputadas deveriam se envergonhar do que está acontecendo aqui dentro", também afirmou a deputada Beth Sahão (PT) no plenário.

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