CASO BACKER: COMPROU DUAS CAIXAS DE CERVEJAS NA PROMOÇÃO, RELATA SOBRINHO DE RAPAZ MORTO EM MINAS
Principais notícias do Dia
Publicado em 09/03/2020

“Ele comprou duas caixas de cerveja que estavam na promoção”, disse Gustavo Henrique da Silva, sobrinho de Ronaldo Santos, que morreu na noite deste domingo (8). O homem ficou internado por quase 50 dias em um hospital na Região do Barreiro, em BH, com sintomas de intoxicação por dietilenoglicol. A Polícia Civil de Minas Gerais informou, nesta segunda-feira (9), que esta foi a sétima morte que pode estar relacionada ao consumo de cervejas da Backer.

Nesta sexta-feira (6), a polícia ampliou para 38 o número de casos suspeitos investigados e confirmou a presença de dietilenoglicol em 11 destes pacientes. O inquérito foi aberto em janeiro, depois que vítimas manifestaram sintomas como dores abdominais, náuseas, vômitos, alterações neurológicas e insuficiência renal.

Ronaldo Vitor Santos tinha 49 anos e era responsável pelo transporte de frutas na Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa). Pai de três filhos, de 27, 19 e 9 anos, morava na Região do Barreiro com a esposa.

De acordo com Gustavo, o homem sentiu dores nos rins e foi para o hospital há aproximadamente dois meses. Como não queria perder o dia de trabalho, tomou soro e foi liberado.

“Mas, há cerca de 48 dias, ele voltou. Deu entrada no hospital já tendo um ataque cardíaco. O estado dele piorou muito, os rins estavam parados. Fizeram hemodiálise. Ele entrou em coma, ficou muito fraco”, relatou.

Ronaldo morreu por volta das 22h deste domingo. O corpo deve ser velado no bairro Tirol na noite desta segunda-feira. Ainda segundo o sobrinho, inicialmente a família não associou o fato ao consumo de produtos da Backer, pois Ronaldo estava inconsciente e não era capaz de listar o que havia bebido.

“Depois de eliminar várias hipóteses, um amigo contou que ele comprou duas caixas de cerveja e mandou fotos. O primeiro contato com a Polícia Civil e com o Ministério Público já foi feito. Estamos aguardando o laudo”, completou.

O caso Backer completou dois meses de investigação e ainda não se sabe como o dietilenoglicol foi parar nos tanques de produção e nas garrafas de cerveja. O prazo de conclusão do inquérito não foi definido. Segundo a Polícia Civil, até o momento, foram ouvidas mais de 50 pessoas, entre testemunhas, vítimas e familiares.

A Backer disse que lamenta o ocorrido e que entrou em contato com a família de Ronaldo. Em nota, a empresa afirmou que "com a decisão do Tribunal de Justiça, da última sexta-feira, que acolheu os argumentos da empresa e desbloqueou parcialmente os bens, a Backer finalmente terá condições de oferecer suporte aos clientes e às famílias, como sempre foi o nosso desejo".

“Era uma pessoa ímpar, muito dedicado à família. Era super alegre, super forte”, lamentou o sobrinho de Ronaldo. Sobre a suposta ajuda da Backer, foi enfático: “Suporte zero”.

Comentários