RJ: PM E MP PRENDEM 06 EM OPERAÇÃO CONTRA MILÍCIA - CONDOMÍNIO ILEGAL
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Publicado em 11/03/2020

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e as polícias Civil e Militar do RJ iniciaram nesta quarta-feira (11) a Operação Condomínio Fechado, contra uma milícia envolvida em construções ilegais na Zona Oeste do Rio.

A força-tarefa tenta prender sete pessoas. Até a última atualização desta reportagem, seis pessoas haviam sido presas entre elas, há um capitão da PM.

Segundo as investigações, a quadrilha ergueu um condomínio clandestino de casas na Estrada do Curumaú, na Taquara, em Jacarepaguá em uma área de conservação ambiental. A construção começou em 2012.

Equipes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), da Corregedoria da PM e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil estão ainda em Itaboraí, na Região Metropolitana.

As investigações que levaram à operação desta quarta começaram em maio do ano passado.

Na ocasião, a reportagem mostrou um homem negociando os imóveis clandestinos. Trata-se, segundo o MPRJ, do capitão Vitor Alexandre Silveira de Araújo, um dos presos nesta quarta. No vídeo, feito com câmera escondida, Araújo dizia ser policial militar.

Vitor chegou a ser preso e condenado, junto com outros três PMs, a 13 anos e 10 meses de prisão. O crime foi uma extorsão a um frequentador da Vila Mimosa, famosa região de prostíbulos no Rio de Janeiro, em 2010.

Araújo recorreu e foi absolvido por desembargadores da 5ª Câmara Criminal.

Em maio, o capitão Araújo chegou a dizer que conseguia entregar uma casa por R$ 92 mil.

"Pra construir a gente vai construindo aos pouquinhos, mas a gente tem uma empreiteirazinha aí que a gente consegue entregar uma casa pronta por R$ 92 mil. A gente está conseguindo esse preço à vista. Parcelado sobe um pouquinho mais", comentou.

O capitão ainda faz questão de informar que o local tem toda a infraestrutura: "A gente está puxando a instalação da Light agora, rede nova."

Araújo disse ainda que não havia registro de posse, mas assegurou que a construção não havia sido fruto de invasão.

"Não é posse. Não é invasão. Não é nada disso. Isso aqui é um sítio que foi desmembrado", afirmou ele, que ainda disse que a região era segura, sem presença de tráfico ou milícia.

Intimidação a autoridades

O MP afirma que vários lotes foram vendidos ilegalmente por Maria das Graças Silva de Oliveira e por Carlos Alberto Ramos.

A denúncia enfatiza que Carlos Alberto, acompanhado de policiais militares, chegou a intimidar moradores. Os dois já se tornaram réus.

A ação pedia a derrubada das construções e o reflorestamento da área. Em 2012, a prefeitura emitiu dois editais de demolição, mas não foram avante.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a prefeitura alegaram "que a demolição não foi possível, diante da atuação de grupos de milícias e de ameaças a fiscais", e outras providências não foram tomadas.

Desde então, o condomínio foi crescendo. Mesmo diante de todas as irregularidades, em 2018 o então vereador Chiquinho Brazão do MDB e atualmente deputado federal do Avante pediu à prefeitura iluminação pública para o condomínio.

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