O fisioterapeuta Tiago Selofite Inacio, de 39 anos, efetuou um disparo de revólver calibre 38 da janela do seu apartamento, no bairro Embaré, em Santos, no litoral de São Paulo, durante o panelaço em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, ocorrido às 21h de quarta-feira (18). As imagens foram obtidas na tarde desta sexta-feira (20).
Tiago filmou o tiro com a câmera de seu celular, mostrando apenas parte do braço, a arma e a Avenida Pedro Lessa, onde reside. Depois, ele disse que compartilhou o vídeo em dois grupos de WhatsApp, mas apagou as postagens 15 minutos após.
Apesar de os grupos terem o total de apenas 40 participantes e de o vídeo logo ser deletado, a filmagem viralizou. Um dos que compartilharam a gravação em seu perfil no Twitter foi o comediante Alba Expider, do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan.
Criticado pela postagem, Expider apagou o vídeo, com pedido de desculpa, mas passou a ser apontado como autor do disparo e de incitar a violência. Diante da repercussão, ele ainda precisou negar o tiro e explicar que achou a filmagem na internet.
Investigação
Nesta quinta-feira (19), investigadores do 3º DP de Santos saíram a campo para identificar o autor do disparo. Pela filmagem, que mostra parte da Avenida Pedro Lessa e a janela de um apartamento, localizado no 1º andar, os policiais identificaram o imóvel.
Os investigadores Adriano Jorge de Mattos e Nilo Martins foram atendidos por uma diarista. Ela informou que o patrão (Tiago) trabalhava em seu consultório particular, situado a uma quadra do edifício.
Os policiais foram ao consultório e lá acharam o fisioterapeuta. Os investigadores lhe exibiram o vídeo que viralizou e Tiago admitiu ser o autor do tiro e da filmagem. Em seguida, o suspeito voltou ao apartamento, pegou seu revólver e o entregou aos agentes.
Segundo o fisioterapeuta, ele efetuou apenas um disparo para “entrar no clima e fazer barulho”, sem intenção de ferir ou assustar alguém. Tiago também disse que, no seu entendimento, não teria cometido qualquer crime, porque a munição era de festim.
Afirmando estar arrependido, o fisioterapeuta foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele pagou fiança de R$ 1 mil e responderá pelo delito solto. Na hipótese de condenação, está sujeito a pena de um a três anos de detenção.
O revólver é da marca Rossi e está registrado em nome do pai de Tiago, já falecido. O fisioterapeuta não possui registro da arma e a mantinha em sua posse em descordo com a legislação. O cartucho deflagrado também foi entregue pelo suspeito.