As escolas particulares iniciam o movimento de rematrícula em um cenário de completa incerteza. Os segmentos mais atingidos dentro da educação são o ensino infantil e as primeiras fases do ensino fundamental, onde as aulas a distância por videoconferência são mais difíceis.
O enfraquecimento do ensino privado também chega aos professores, com redução de salários e suspensão de contratos. De acordo com a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis Ávila, a inadimplência e o cancelamento de contratos são os fatores que mais contribuem para esse enfraquecimento.
“A educação infantil sofre terrivelmente com as questões ligadas ao caixa das escolas. As escolas não tem condição de manter o funcionamento e manter o seu quadro online com a falta de pagamento das mensalidades", explica.
Segundo Zuleica, mesmo nesse cenário as instituições particulares iniciam o movimento de rematrícula, tentando captar alunos para o ano letivo de 2021. “As escolas particulares já estão se preparando e já constam até em algumas a admissão de alunos novatos para 2021. Esse momento que nós estamos vivendo agora com a continuação das aulas não presenciais dificulta um pouco esse processo em função da questão da crise econômica que as famílias estão passando, também da crise econômica que as escolas estão passando em função dos alunos que estão migrando da escola particular para escola pública, pelo número de cancelamento e suspensão de contratos, pelo índice alto da inadimplência, então é um momento muito difícil de captação de novos alunos para 2021.”
Conforme a presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Valéria Morato, as escolas ainda demoram a ter rotina normal com atividades presenciais. “A perspectiva para o segundo semestre de 2020 é de que as aulas continuem de forma remota. Infelizmente nós não temos visto nenhuma iniciativa e nenhum trabalho que vise terminar ou minimizar o contágio da covid. Ninguém estimula de fato o isolamento social, não vamos ter vacina tão cedo.”