Sara é mulher uma apaixonada por cerveja, que não se sentia parta desde universo até que se formou somellière, uma especialista na bebida. Ela tinha consciência que precisava do conhecimento num ambiente predominantemente formado por homens branco. Nas redes sociais, Sara também já criticava a elitização do mundo da cerveja, até descobrir que o seu posicionamento começou a incomodar.
Ao levantar a bandeira antirracista no meio cervejeiro, a somellière viu que o mercado não era um ambiente tão inclusivo e democrático - mesmo para quem tinha conhecimento. E neste mês de agosto, dias depois de dar uma aula sobre o assunto, Sara descobriu que tinha sido alvo de comentários preconceituosos num grupo de mensagens com mais de 200 homens.
De acordo com o advogado de Sara, Djeff Amadeus, o Ministério Público será acionado para que se possa apurar todas as mensagens e ver a participação de cada um em relação à prática dos crimes.
"Na hora me deu muita dor de barriga, muita ânsia de vômito. Eu não dormi duas noites seguidas. Se não bastasse a pandemia, a gente ainda tem que passar por isso", desabafa Sara.
O Fantástico procurou quatro dos supostos autores das mensagens. Dois não atenderam. E o terceiro disse que retornaria depois. Um dos administradores do grupo, Ronaldo Ferreira, disse que "não se preocupou com as mensagens porque as discussões não tinham cunho racista" e que era um "grupo de zoação de quinta série, onde um fica zoando com a cara do outro".
Através de nota, o advogado Daniel Ullrich não disse quem ele representa, mas alegou que os prints das conversas são montagens. O Fantástico apurou com mais de uma fonte o conteúdo das mensagens e que elas foram postadas no grupo.