O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (5) que só serviços essenciais poderão abrir na cidade a partir das 14h deste sábado (6). A decisão foi tomada após reunião do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 a partir dos novos dados da pandemia na capital mineira.
"São números assustadores. Como não fechamos a cidade [na quarta-feira] e no dia seguinte o número caiu 1%, eu fui tomado por um otimismo enganoso e perigoso, mas hoje nós detectamos uma alta de 7% nos nossos números. Isso nos põe em sinal de alerta máximo. Voltamos à estaca zero", afirmou o prefeito.
"Vamos trancar a cidade novamente porque nós não sabemos, e há contradições até dos próprios médicos há uma conversa de que dois terços das infecções de Belo Horizonte são da nova cepa, e o mais grave: hoje nós temos quatro crianças internadas com covid-19", completou.
Conforme boletim divulgado pela prefeitura na tarde desta sexta-feira, a ocupação de UTIs para pacientes com a doença subiu de 74,4% para 81% nas últimas 24 horas, no nível vermelho. A de enfermarias aumentou de 60,8% para 61,9%, permanecendo no nível amarelo.
O RT, índice que mede a velocidade de transmissão do novo coronavírus, caiu de 1,18 para 1,16, no nível amarelo. Isso significa que cada grupo de 100 infectados transmite a covid-19 para 116 pessoas. Segundo especialistas, o ideal é que o RT fique sempre abaixo de 1.
Essa foi a segunda coletiva da prefeitura nesta semana para tratar do novo coronavírus. Na quarta-feira (3), o secretário de Saúde de BH, Jackson Machado Pinto, anunciou que não haveria mudança na cidade, com o que está em funcionamento permanecendo aberto. Agora, porém, veio uma nova decisão.
Comerciantes
Os representantes de membros do comércio de Belo Horizonte se dizem perdidos com o novo fechamento da capital mineira, que foi anunciado na tarde desta sexta-feira (5) pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD).
O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Belo Horizonte, Nadim Donato, disse que a instituição e seus associados foram pegos de surpresa pela determinação municipal.
“O Sindilojas veio acompanhando os números a semana inteira e percebemos, ontem (4), que houve uma queda. Anteontem (3), percebemos os números mais estabilizados. Nós estávamos muito tranquilos em relação a continuidade da queda dos números”.
Ele completa: “Fomos pegos de surpresa hoje. Assim que eu recebi o boletim, percebemos que o número subiu assustadoramente e nós não entendemos. O prefeito convoca uma coletiva imediata e imaginamos que viria essa péssima notícia de fechamento do comércio novamente”.
O representante dos lojistas ainda declarou que os comerciantes estão perdidos neste momento. “O Sindiloja não tem nem palavras porque os lojistas não aguentam mais. Não sabemos mais como lidar com isso e o que fazer sem a ajuda”, lamentou.
Por outro lado, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) declarou compreender a decisão da prefeitura de mais uma vez fechar o comércio da cidade.
“Neste momento, quando o país vive o maior pico da pandemia, temos que reunir todos os esforços para que possamos salvar vidas”, declarou a instituição.
Apesar de entender os motivos que levaram a tomada de decisão por parte da PBH, a CDL/BH, porém, se queixa do curto espaço de tempo destinado para que a categoria possa se programar para um novo fechamento.
“Lamentamos somente que esse anúncio tenha sido feito menos de 24 horas antes do fechamento. Isso prejudica ainda mais a situação do comércio”, afirma a nota.