Aos 3 anos, Bernardo José Rivera havia sobrevivido a um grave afogamento ao cair na piscina em setembro de 2020. O acidente deixou sequelas que deixaram o paciente com a saúde delicada contra a Covid-19. A criança não resistiu ao vírus na madrugada de quarta-feira (10), em Alumínio (SP).
Daiane Rivera, irmã do menino, contou que Bernardo deu entrada na manhã de terça-feira (9), no pronto atendimento da cidade e estava na fila de espera para ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele havia passado por uma traqueostomia.
"Foi uma criança iluminada. Nos ensinou muito sobre força, sobre ser guerreiro, mas sua missão nos ensinou sobre o amor e sobre a fé, uniu pessoas, desfez atritos, desde seu acidente. Reuniu muitos amigos em correntes de orações por sua recuperação", diz.
"Nosso 'milagre', como o chamávamos, lutou bravamente nos últimos meses. Infelizmente, agora essa doença nos tirou nosso milagre, nosso urso descansou. Foi correr no céu, como ele amava fazer", lamentou.
A prefeitura de Alumínio decretou luto oficial por três dias pela morte de Bernardo, que era filho do vereador José Rivera, e não resistiu por conta de complicações. O enterro foi realizado na manhã de quarta-feira, na cidade.
Bebê de 1 mês morre de Covid em Sorocaba
"Uma criança que vinha lutando pela vida, mas por complicações do Covid-19 hoje é mais um anjinho", diz o decreto.
A família também afirmou que adotou todos os cuidados, como retirar os calçados, não recebia visitas e usava álcool para a higienização.
O pai, a mãe, um irmão e outro parente da criança também estão com Covid. Segundo Daiane, em fevereiro deste ano um tio também não resistiu e morreu com a doença.
"Ela [doença] entra silenciosamente e arranca pessoas amadas de nossa vida, a todos vocês peço que se atentem, não sejam negacionistas, estamos lutando contra um inimigo invisível."
Mortes por Covid
O país registrou na quarta-feira (10) 2.349 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas -- o maior número desde o começo da pandemia e totalizou 270.917 óbitos.
Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.645, também um recorde. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 43%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.