O Brasil registrou 2.331 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de vidas perdidas em toda a pandemia para 292.856. A média móvel foi de 2.234, 49% maior que o cálculo de duas semanas atrás. Pelo 22º dia o índice bate um novo recorde, ou seja, desde 27 de fevereiro. O elevado número de óbitos já tornou março de 2021 o mês mais mortal da pandemia no Brasil.
Desde de as 20h de sexta-feira, 72.326 casos foram registrados, elevando para 11.949.335 o total de infectados. A média móvel foi de 72.869 diagnósticos positivos, 9% maior do que o cálculo de 14 dias atrás. É o segundo dia consecutivo que o recorde é batido.
A "média móvel de 7 dias" faz uma média entre o número do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda dos casos ou das mortes. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o ruído" causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.
Dezoito estados e o Distrito Federal atualizaram seus dados sobre vacinação contra a Covid-19 neste sábado. Em todo o país, 11.721.357 pessoas receberam a primeira dose de um imunizante, o equivalente a 5,54% da população brasileira. A segunda dose da vacina, por sua vez, foi aplicada em 4.140.109 pessoas, ou 1,96% da população nacional.
Os dados são do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.
Única saída
Nos últimos dias, sete unidades da federação chegaram a um ponto considerado extremamente crítico, o retrato do pesadelo brasileiro na pandemia de Covid-19. Em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, a transmissão está descontrolada e não há capacidade de atender a todos os doentes. O alerta vem de uma análise exclusiva para O GLOBO feita por sanitaristas do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, Ligia Bahia e Leonardo Mattos.
Batizada de “Sistema de Saúde e a Covid-19 no Brasil: o colapso anunciado e negligenciado”, o estudo indica que em todo o país apenas Roraima e Amazonas não estavam em situação tão dramática anteontem. Mas, salientam os pesquisadores, isso acontece porque eles já passaram por um pico recente e devastador, em especial o Amazonas.
As medidas precisam ser nacionais porque os estados e os municípios não são isolados, mas conectados por relações de serviço, de comércio e sociais. Então, medidas isoladas terão efeito muito limitado destaca Bahia. As decisões de um prefeito impactam limitadamente dentro de seu município se as cidades vizinhas tomarem as mesmas medidas.