O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que é "inadmissível" a Petrobras reajustar o preço do gás natural em 39%, como anunciado nesta semana. Se dirigindo ao general Joaquim Silva e Luna, escolhido por ele para assumir a estatal, o presidente defendeu que haja previsibilidade sobre reajustes: "Podemos mudar esta política de preços Lá ".
"Ele [Silva e Luna] sabe que é uma empresa que, mais do que transparência, tem que ter previsibilidade. É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente ainda, um reajuste de 39% no gás. É inadmissível. Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil? Em um período de três meses?", bradou. "Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário. Mas podemos mudar esta política de preços lá."
O discurso ocorreu durante posse do novo diretor-geral da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira, que assume o lugar de Silva e Luna.
Bolsonaro relatou que a decisão sobre indicar o general para a Petrobras foi tomada por ele e o convite foi feito por telefone, com aceite imediato.
"Eu falei a ele, a barra é pesada, vai entrar em uma empresa que precisa, cada vez mais, se entender como a maior estatal do Brasil, responsável pela nossa energia, o petróleo", pontuou.
O presidente lembrou da reação do mercado à demissão do economista Roberto Castello Branco, com queda nas ações e alta na cotação do dólar. Depois, enfatizou a necessidade de mudança também na forma de cobrança de ICMS dos combustíveis pelos Estados, tema que será tratado em um novo projeto a ser enviado ao Congresso, defendendo valor fixo do tributo e não Percentual
"A previsibilidade é para vocês, consumidores. Não pode toda vez que, porventura, sobe o preço do combustível mais alguns centavos, estes centavos serem multiplicados na ponta da linha pela voracidade na arrecadação de imposto. Não pode toda vez que diminui o preço do combustível, na bomba, no final, ele não diminuir. Estou pedindo algo de querendo interferir em uma estatal? Ou querendo transparência?", finalizou, clamando por "ajuda do Congresso" para mudar a forma de cobrança.