O professor da rede pública estadual e secretário estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) de Goiás Arquidones Bites Leão foi preso por policiais militares, nesta segunda-feira (31), por se recusar a retirar uma faixa do capô do carro com a mensagem "Fora Bolsonaro Genocida". Um vídeo mostra o momento da prisão.
Segundo o irmão dele, Arquivaldo Bites Leão, o professor prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Goiânia e foi liberado. Nas imagens, o policial diz que vai enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional por calúnia contra o presidente Jair Bolsonaro.
A reportagem pediu um posicionamento da Polícia Militar, às 21h30, por e-mail, e aguarda retorno. O delegado da Polícia Federal que colheu o depoimento do professor não se pronunciou sobre o caso. A reportagem tentou falar com a comunicação do órgão, às 21h40, mas não as ligações não foram atendidas.
A Secretaria de Segurança Pública informou ao G1 que o policial militar envolvido na abordagem foi afastado e que será aberto um inquérito para apurar sua conduta.
Segundo Arquivaldo Bites, o irmão foi abordado por policiais militares próximo de casa, em Trindade, na Região Metropolitana da capital.
Nas imagens, o militar pede para ele retirar o adesivo. O professor nega. O policial, então, recita o artigo 26 da Lei 7.170, a Lei de Segurança Nacional, de 1983, que prevê como crime "caluniar ou difamar o presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação".
Após recitar o artigo da lei, o policial diz que dará ordem de prisão.
O professor ajudou a organizar as manifestações contra o governo federal em Goiânia, no fim de semana passado. A abordagem foi filmada pelo secretário do partido. O policial militar não usava máscara.