' FARAÓ DOS BITCOINS ' FICARÁ SOZINHO EM CELA E SERÁ MONITORADO POR CÂMERA DE SEGURANÇA POR 24 HORAS POR DIA
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Publicado em 07/10/2021

O ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, dono da GAS Consultoria, que estava preso na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, uma unidade de segurança máxima também chamada de Bangu 1, e que por determinação da Justiça Federal terá de voltar para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, ficará sozinho em uma cela, não terá contato com outros detentos e será monitorado 24 horas por dia por uma câmera de segurança. A medida, cujo objetivo é evitar que o "faraó dos bitcoins" receba algum tipo de regalia, foi uma determinação do secretário de Administração Penitenciária, o delegado Fernando Veloso.

Entenda melhor:  Juíza determina que 'faraó dos bitcoins' volte para cadeia em que estava até transferência para unidade de segurança máxima.

O ex-pastor estava em Bangu 1 desde o último dia 28, depois que a Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) encontrou quatro celulares, picanha e linguiça próximo à cela em que ele estava. Nessa quarta-feira, durante uma audiência especial pedida pela defesa do empresário, a juíza Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal, entendeu que não havia relação comprovada entre o material apreendido e o ex-garçom.

Durante mais de quatro horas, a magistrada ouviu Glaidson e os dois agentes penitenciários que fizeram as buscas nas galerias e celas em que os itens foram encontrados. Os advogados Nabor Bulhões, Nélio Machado, Martsung Alencar e Cláudio Costa, que representam o empresário, sustentaram que não havia prova de que os objetos eram do investidor.

Após os depoimentos, a magistrada concluiu que Glaidson não tinha, de fato, relação comprovada com o material apreendido. A juíza deu, então, um prazo de 24 horas para que ele retornasse à unidade onde estava anteriormente.

Após a varredura que localizou os telefones e as carnes para churrasco, Veloso determinou que o diretor, o subdiretor e o chefe da segurança da unidade fossem exonerados. Na semana anterior, a Seap já havia localizado aparelhos celulares na cela vizinha à de Glaidson.

Fontes afirmam que, nos bastidores da pasta, circulava a informação de que cada telefone estaria sendo oferecido ao ex-garçom por R$ 50 mil, de modo que ele pudesse continuar tocando os negócios de dentro da cadeia. Esse relato, contudo, não foi confirmado até o momento. As investigação da Corregedoria da pasta sobre o episódio continuam em andamento.

A descoberta da carne e dos celulares foi a principal razão para que Glaidson fosse transferido para a unidade de segurança máxima. Além disso, o episódio também serviu como fundamento para que a Polícia Federal (PF) pedisse a ida do preso para uma penitenciária federal, devido ao grande poderio financeiro do empresário.

Glaidson está preso desde 25 de agosto sob a acusação de ter montado um esquema milionário fraudulento de pirâmide financeira. Na última terça-feira, o "faraó dos bitcoins", sua mulher e sócia, a  venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, que se encontra foragida, e outras 15 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa.  Todas elas viraram réus.

 

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