A estrutura acanhada da Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, escancarou duras cobranças no vestiário do Cruzeiro após a derrota por 2 a 0 para o América neste sábado (11), no jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro. Do lado de fora foi possível ouvir murros em portas, discussões e uma bronca em bom portunhol.
Ainda na saída do campo, a reportagem da Itatiaia registrou um atrito mais acalorado entre alguns jogadores, o que foi confirmado pela assessoria do clube.
O técnico Paulo Pezzolano considerou normal esse tipo de reação do grupo após uma derrota no primeiro duelo da semifinal do Campeonato Mineiro.
“O vestiário, quando acaba o jogo, se acontece alguma coisa assim, alguma discussão, alguma bronca, é normal. Imagina se o vestiário fica com a boca fechada ou todos felizes? Seria um problema. Isso demonstra que a equipe se revolta, que cobramos uns dos outros e pronto. Assumir responsabilidade, isso é o mais importante. Jogador tem que estar tranquilo. Estou cobrando no dia a dia também, e eles têm que estar tranquilos. Como equipe, ainda vamos ser muito fortes”, disse.
Análise do primeiro clássico
Apesar da derrota por 2 a 0 e das chances reduzidas de ir à decisão, Paulo Pezzolano viu um Cruzeiro superior ao América no primeiro tempo. Na etapa final, o segundo gol do adversário teria desestruturado emocionalmente a equipe.
“O primeiro tempo foi muito bom da nossa parte. Precisava melhorar os cruzamentos e, ao ter oportunidade de gol, fazer. Eles tiveram uma oportunidade de gol e fizeram. Nós tivemos muitas. Eles foram produtivos. Chegaram uma vez em transição, e gol! Esse foi o primeiro tempo. Chegamos pela direita, pela esquerda, tivemos oportunidades na área, pelo meio”, observou o uruguaio.
“No segundo tempo, tomamos o segundo gol. E ao tomar o segundo gol, a energia cai. E aí perdemos o controle do jogo 100%. Fomos uma equipe perdida em campo, e essa responsabilidade é do treinador. Eu me cobro muito, cobro muito do meu entorno”, agregou.
Pezzolano não jogou a toalha
Para o Cruzeiro ir à final, terá de vencer o jogo de volta, no Independência, por três gols de diferença. Pezzolano sabe que o grau de dificuldade será enorme, mas não jogou a toalha. “Temos que ir com muita convicção, acreditando muito no que se faz, e depois temos de ser produtivos. Quanto tiver oportunidade, fazer o gol e nos colocarmos no jogo. Esse vai ser o nosso segundo jogo”.