As crianças de 6 e 9 anos, que foram encontradas abandonadas em um apartamento do bairro Lagoinha, região Noroeste de Belo Horizonte, receberam alta do hospital. Essa é a informação confirmada, nesta terça-feira (14), pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os irmãos estavam no hospital Odilon Behrens desde o dia 21 de fevereiro.
"Na última semana, os irmãos foram encaminhados juntos para a unidade de acolhimento - garantindo o vínculo familiar dos dois. Eles seguirão na unidade até que a decisão da Vara da Infância e da Juventude determine a guarda permanente", informou por meio de nota. As crianças seguem em acompanhamento médico e psicossocial diário.
No fim do mês passado, os irmãos foram achados trancados dentro de um apartamento na rua Itapecerica. Os vizinhos acionaram a Polícia Militar (PM) informando que as responsáveis pelas crianças não eram vistas há, pelo menos, três dias.
Os meninos estavam sem comer e sem tomar banho. Ainda de acordo com o registro policial, o local estava muito bagunçado, com sujeira e objetos espalhados no chão, além de um mau cheiro forte.
Mãe estava presa
As crianças são irmãs de menino de 4 anos que morreu com suspeita de maus-tratos na cidade de São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Conforme registro policial do dia 6 de fevereiro, a mãe disse que dormia com duas crianças em um quarto e o filho que morreu estava em outro.
A mulher contou que as crianças acordaram para fazer xixi e ela encontrou o filho mais novo caído de barriga para baixo, com os olhos roxos e sem responder aos chamados. Ela, então, teria chamado o suposto namorado, que estava no quintal, e levado o menino para a UPA, onde chegou morto. A mãe e o homem foram presos.
Polícia investiga exploração
A mãe das vítimas, que está presa desde então, já na cadeia, denunciou ter sido dopada e estuprada pelo suposto namorado, conforme a Itatiaia revelou em 27 de fevereiro.
“Ela não fazia comida. A comida era servida por ele. Toda vez que ela comia, segundo as palavras dela, ela ficava grogue. Nisso, às vezes, ela acordava em outro ambiente que não era aquele no qual havia adormecido. Algumas vezes, ela acordou com ele em cima dela”, disse o advogado da mãe, Gregório Andrade.
A mãe e o homem teriam se conhecido depois que a dona do imóvel onde a criança morreu ofereceu emprego à família que veio de Goiás.