O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve o tom crítico diante dos conflitos que ocorreram globalmente e voltou a pedir negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Além do conflito na Europa, o presidente também classificou como ‘insensatez’ a atitude de Israel de ampliar os ataques que ocorrem na Faixa de Gaza para outros países vizinhos, como o Líbano e Cisjordânia.
A fala ocorreu durante o discurso do presidente Lula na cúpula do Brics, que ocorre em Kazan, na Rússia. A autoridade brasileira participou do encontro por videoconferência, uma vez que não foi autorizado pelo médico a viajar até o encontro após sofrer um acidente doméstico.
“Como disse o presidente Erdogan [da Turquia] na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou “o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”. Essa insensatez agora se alastra para a Cisjordânia e para o Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia”, disse Lula, que também destacou o potencial risco apresentado pelos dois conflitos.
“No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, avaliou o presidente.
Desde que assumiu a presidência, em 2023, Lula tem adotado uma postura conflitante diante da invasão russa na Ucrânia, muitas vezes criticado por não condenar a atitude do governo de Vladimir Putin e evitar apoio explícito a Volodymyr Zelensky.
Já em relação a Israel, o governo brasileiro tem defendido uma negociação de paz e a soltura de reféns que ainda são mantidos pelo grupo extremista Hamas. A diplomacia brasileira já defendeu na ONU a proposta de dois estados, estabelecendo uma autoridade palestina na Faixa de Gaza.