Mulher desabafa após cirurgia com falso diagnóstico de Câncer
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Publicado em 31/10/2024

Uma dos mais de 30 pacientes que denunciaram a médica Carolina Fernandes Biscaia por emissão de laudos falsos e procedimentos desnecessários, desabafou sobre os danos físicos e psicológicos sofridos. A médica de Pato Branco, no oeste do Paraná, foi denunciada nessa segunda-feira (28) pelo Ministério Público do Paraná pelos crimes de estelionato, lesão corporal, falsificação de documentos e por exercer atividade ou anunciar que a exerce sem os requisitos necessários.

Agora, a Justiça decide se aceita, ou não, a denúncia feita por 38 vítimas.

“A cicatriz na perna está grande. O procedimento feito pela médica foi em janeiro e ainda tenho hematoma ao redor da região, que foi feita a ampliação de margem desnecessária, mas maior do que a cicatriz física foi a psicológica. Na verdade, essa ainda não cicatrizou”, afirmou a mulher.

“Fiz várias sessões de psicoterapia e ainda estou em tratamento medicamentoso, fazendo uso de medicamento controlado para melhorar dos danos psicológicos”, relatou a vítima que é servidora pública, Samira Schwade Pereira, de 34 anos, ao g1.

Samira e os demais pacientes acusam a médica de emitir falsos laudos de câncer de pele e indicar cirurgias desnecessárias.

Médica Carolina Fernandes Biscaia Carminatti, começou a ser investigada em março, quando pacientes suspeitaram de procedimentos cirúrgicos solicitados por ela. Pelo menos 31 pessoas formalizaram denúncia à Polícia Civil (PC-PR) que indiciou a médica no dia 21 de outubro.

“O sentimento é de que a justiça começou a ser feita. [...] Agora fica a esperança de que ao final do processo criminal, a médica de fato, seja condenada pelos crimes praticados e, principalmente, que seja impedida de continuar atuando”, afirmou Samira.

Em nota, o advogado Valmor Antonio Weissheimer, que atua na defesa da médica, afirmou:

“A minha cliente sequer foi intimada, para exercer o direito ao contraditório; A Defesa encontra-se preparada com todas as teses defensivas, visando o esclarecimento dos fatos”, diz trecho da nota.

Desde maio, uma Interdição Cautelar Total de 180 dias determinada pelo CRM-PR e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina impede a médica de exercer a profissão.

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