O Anel Rodoviário de Belo Horizonte enfrenta um grave problema de segurança viária devido à imprudência de pedestres que optam por não utilizar as passarelas disponíveis. Essa prática tem resultado em um número alarmante de atropelamentos e mortes.
Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, somente no ano passado foram registradas quatorze mortes por atropelamentos no Anel Rodoviário. A Polícia Militar Rodoviária aponta que a maioria dos acidentes ocorre próximo às passarelas, evidenciando que muitos pedestres preferem se arriscar a utilizar a estrutura segura.
O Tenente André Muniz, da Polícia Militar Rodoviária, explica: “A gente nota que a maioria dos responsáveis pelos atropelamentos são os pedestres. Tem a passarela para atravessar, mas próximo eles conseguem se arriscar, envolvendo-se em atropelamentos, às vezes pagando com a própria vida”.
Infraestrutura e comportamento
O Anel Rodoviário conta atualmente com 23 passarelas, um número considerado expressivo pelas autoridades. No entanto, o problema persiste devido ao comportamento imprudente de alguns pedestres.
Moradores e trabalhadores da região têm opiniões divergentes sobre o uso das passarelas. Cléo, um morador local, admite: “Eu utilizo sim, porém eu encorro uma vez ou outra. Não é recomendável, não façam o que eu faço”. Já Cláudio Nunes do Nascimento, que trabalha próximo a uma passarela, afirma que a maioria das pessoas utiliza a estrutura corretamente, com exceção de alguns usuários de drogas.
Giovanni Aglio, morador há 45 anos na região, nunca atravessou fora da passarela desde sua instalação e considera que quem o faz “está pensando na morte”.
A Polícia Militar Rodoviária reforça a importância de seguir rigorosamente a legislação de trânsito, lembrando que muitas vezes os acidentes não dão uma segunda chance. O Tenente Muniz ressalta: “No trânsito, todos nós somos pedestres, porque a pessoa, quando ela desce do veículo, ela vira pedestre, então ela tem que seguir também as regras de trânsito”.