Além de Bolsonaro, STF ainda tem quatro grupos para julgar nos próximos dias; veja Datas
Suprema Corte vai julgar os 34 denunciados pela tentativa de golpe de estado em cinco grupos distintos; próximo será composto pelos militares envolvidos no plano e acontece nos dias 8 e 9 de Abril
Publicado em 27/03/2025 09:41
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Com o fim do julgamento que tronou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda precisa decidir se irá aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra outros 25 acusados de tentar aplicar um golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2024.

Os denunciados foram divididos em cinco turmas para serem julgados. A primeira, chamada de “núcleo crucial”, foi julgada entre terça (25) e quarta-feira (26). O STF aceitou, por unanimidade, a denúncia e tornou réus todos os oito acusados. Agora, eles irão responder a um processo penal.

O segundo núcleo, nomeado de “gerenciamento de ações”, será julgado nos dias 29 e 30 de abril. O terceiro, chamado de ‘ações táticas’, reúne os militares denunciados e será o próximo a ser julgado, nos dias 8 e 9 de abril.

A quarta turma é chamada de “núcleo da desinformação” e será julgada nos dias 6 e 7 de maio. Por último, irá faltar apenas o julgamento do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do ex-presidente da época da ditadura João Figueiredo, que ainda não tem data para acontecer. Ele é o único acusado no “núcleo 5", mas está no exterior e ainda não apresentou defesa.

Veja quem são os acusados de cada grupo:

Núcleo 1 (‘Núcleo Crucial’)

Julgamento: 25 e 26 de março

Jair Bolsonaro, ex-presidente;

Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;

Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;

Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;

Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

É considerado pela PGR como o grupo central, que liderou a tentativa de golpe. Todos os oito acusados tornaram-se réus.

Núcleo 2: ‘Gerenciamento de Ações’

Julgamento: 29 e 30 de abril

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);

Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres;

Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;

Mário Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro;

Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;

Filipe Garcia Martins Pereira ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro.

O grupo é acusado de organizar ações para manter Jair Bolsonaro no poder. Uma delas foi a realização de blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais, com o objetivo de dificultar a chegada de eleitores do nordeste ás urnas.

Núcleo 3: ‘Ações Táticas’ (militares)

Julgamento: 8 e 9 de abril

Estevam Gaspar de Oliveira, general do Exército;

Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;

Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;

Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;

Wladimir Matos Soares agente da Polícia Federal;

Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;

Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército;

Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;

Marcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;

Nilson Diniz Rodriguez, general do Exército;

Sérgio Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército

Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército

Os denunciados são militares que teriam realizado ações táticas para viabilizar o golpe de estado. Entre as medidas, está o plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Núcleo 4: ‘Núcleo da Desinformação’

Julgamento: 6 e 7 de maio

Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado;

Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;

Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;

Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;

Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;

Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Os investigados teriam criado e propagado informações falsas para descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro e a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Núcleo 5: ‘Desdobramento da Desinformação’

Julgamento não foi marcado

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.

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