O pedreiro Nathan de Siqueira Menezes, 20 anos, de Paranaguá (PR), pode ser condenado a até 11 anos de prisão pelos crimes de estupro e registro não autorizado da intimidade sexual. Ele está preso desde que se entregou à polícia dez dias após a expedição do mandado de prisão, ocorrida em 17 de março.
O caso ganhou notoriedade após uma câmera de segurança registrar o momento em que a vítima foi arrastada e violentada em um posto de combustíveis desativado no litoral do Paraná. O áudio também foi captado. É possível ouvir a vítima dizer ‘não’ 11 vezes.
O crime ocorreu na madrugada do dia 23 de fevereiro. Segundo o relato da vítima, após se beijarem em uma casa de show, ela solicitou um carro de aplicativo para ir embora com uma amiga. Enquanto esperavam, a jovem decidiu retornar ao estabelecimento para usar o banheiro, momento em que Nathan se ofereceu para acompanhá-la até o banheiro de um posto de gasolina próximo, omitindo que o local estava desativado.
As imagens da câmera de segurança do posto de combustíveis, conforme mostrou o Fantástico, da TV Globo, mostram o momento em que ela é levada à força para dentro do banheiro. “Nathan, eu não quero! Eu não quero, Nathan!”, clamava a vítima.
Preocupado com a demora, o motorista do aplicativo ligou para vítima, que não teve como atender. Ele conseguiu fugir do local e, na mesma madrugada, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia de Paranaguá.
Nathan foi interrogado cinco dias depois e negou ter forçado a jovem a fazer qualquer coisa. Ao ser informado sobre a existência das imagens da câmera de segurança que o mostravam arrastando a vítima, ele alegou que ela estava “fazendo charme”. A Polícia Civil apurou que Nathan chegou a gravar o estupro.
“Nós apreendemos esse celular, mas não localizamos esse vídeo. Provavelmente ele apagou esse arquivo. Agora o celular se encontra em poder da polícia científica e vai passar por exames periciais com a intenção de recuperar esse arquivo”, explicou a delegada Maluhá Soares.
Pedido negado
Dois dias após o crime, a polícia solicitou a prisão preventiva de Nathan, porém o pedido foi inicialmente negado, sendo determinado apenas o uso de tornozeleira eletrônica. A vítima expressou seu medo de que Nathan pudesse fazer outras vítimas. Somente em 17 de março o mandado de prisão foi expedido, e dez dias depois, Nathan se entregou à polícia.
A defesa de Nathan optou por não se manifestar devido ao segredo de Justiça que envolve o processo, assim como o Tribunal de Justiça do Paraná.