O Atlético segue estruturando um plano para reduzir seu endividamento e alcançar a sustentabilidade financeira. Em entrevista ao Sports Market Makers nesta quarta-feira (2), o CEO do clube, Bruno Muzzi, detalhou a estratégia para aliviar a dívida, que foi projetada em R$ 1,4 bilhão em janeiro deste ano.
Segundo o executivo, a solução envolve a busca por um novo investidor e a melhoria da estrutura de capital.
“Reduzir o endividamento organicamente, com a geração de caixa da operação e da venda de atletas, em um curto prazo, é muito difícil. A gente precisa, de fato, ter uma melhor estrutura mais alongada, mas precisamos de equity para poder pagar esse endividamento para que a gente tenha uma estrutura de capital adequada”, explicou Muzzi.
Atualmente, as maiores parcelas da dívida atleticana estão ligadas a operações bancárias (R$ 507 milhões) e aos custos da construção da Arena MRV (R$ 410 milhões). O clube já vinha estudando alternativas para alongar prazos e reduzir juros, mas agora aposta na captação de um novo investidor para fortalecer sua estrutura financeira.
“Nosso objetivo é assim: o quanto antes fazer esse aporte de capital, novo investidor, para reduzir esse equity. Isso é o nosso objetivo principal. A gente precisa resolver isso para que de fato nos tornemos um clube saudável, sustentável. Estamos no caminho, mas não chegamos lá ainda”, ressaltou o CEO.
Equilíbrio no mercado de jogadores
Além da busca por um investidor, o Atlético trabalha para equilibrar a linha de compra e venda de jogadores a partir de 2026. A expectativa é que, nos próximos anos, as receitas com transferências sejam suficientes para cobrir as despesas financeiras do clube. Contudo, segundo Muzzi, tal cenário ‘ainda leva tempo’.
A diretoria atleticana segue em busca de um modelo econômico viável para garantir a estabilidade do clube a longo prazo. A captação de novos recursos e a reestruturação do passivo são medidas fundamentais para que o Atlético consiga reduzir seu endividamento e manter a competitividade dentro e fora de campo.
Arena MRV e bancos
As maiores “fatias” das dívidas do Atlético correspondem a operações bancárias e aos débitos relativos à Arena MRV. Os valores projetados são de R$ 507 milhões para bancos e R$ 410 milhões a pagar do estádio.
Os R$ 410 milhões referem-se ao custo da obra, contrapartidas, plano de tecnologia e outras questões operacionais. O valor total estimado pelo Galo, pela construção do estádio, foi de R$ 1 bilhão.
O clube detalhou a situação dos empréstimos financeiros e das taxas cobradas. No total, o Galo tem dívidas com oito instituições financeiras, sendo a BTG Pactual a maior credora, com R$ 191 milhões a receber.
Profut e Perse
As dívidas negociadas no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) e Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) somam R$ 354 milhões. Os dois programas concedem parcelamento especial e menor taxa de juros.
O outro valor demonstrado está como “contas a pagar”, na importância de R$ 129 milhões. Nesse valor, consta parcela de compra de jogadores que ainda não estão totalmente quitadas, principalmente referente aos atletas contratados no segundo semestre de 2023.