Sem acordo após a negociação com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho, o Flamengo agora aposta em negociações individuais - ou em pequenos grupos - com as famílias, através do Núcleo de Mediação do Tribunal de Justiça, para tentar chegar ao valor para indenizar as vítimas. No incêndio que atingiu o Ninho do Urubu no dia 8 de fevereiro, dez atletas da base morreram e três ficaram feridos. As vítimas ainda não foram informadas do valor oferecido pelo Rubro-Negro. O clube já começou a entrar em contato com os familiares, alguns de fora do Rio de Janeiro, para consultar sobre a possibilidade de reuniões até quinta-feira. Enquanto não há acordo para o valor final das indenizações, a diretoria sinalizou com a oferta de pagamento de uma ajuda de custo mensal de R$ 5 mil. Em nota na noite de terça-feira, o MP, a Defensoria e o Ministério Público do Trabalho informaram que consideraram que os valores oferecidos pelo clube ficaram abaixo "daquilo que as instituições entendem como minimamente razoável diante da enorme perda das famílias e demais envolvidos". O Flamengo respondeu, também em nota oficial, e disse que "ofereceu valor acima dos padrões adotados pela Justiça brasileira". O clube se baseia, por exemplo, no caso da boate Kiss, de 2013. O MP chegou a fazer uma contraproposta ao Flamengo, que não concordou. O cálculo inicial feito pelo Rubro-Negro levou em conta tempo de carreira e remuneração média para jogadores. A oferta foi dividida em categorias: familiares dos dez atletas mortos no incêndio; sobrevivente com lesão permanente (Jonatha Ventura); sobreviventes que escaparam sem lesões.