PRESIDENTE DA VALE AFASTA DO CARGO APÓS RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO
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Publicado em 03/03/2019

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, se afastou neste sábado (2) do comando da empresa. O conselho de administração da companhia aprovou o afastamento.

A decisão foi tomada após a força tarefa que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) recomendar o afastamento do executivo e de outros 13 empregados da mineradora.

Em carta endereçada ao Conselho de Administração da Vale, Schvartsman pediu o afastamento temporário das funções "em benefício da continuidade das operações da companhia e do apoio às vítimas e a suas famílias".

Na carta, o executivo defende sua gestão dizendo que desde o rompimento da barragem de Brumadinho, no dia 25 de janeiro, vem se dedicando a uma apuração independente dos fatos, que fez questão de atender a todas as demandas da imprensa e das autoridades e que procurou transmitir diretamente as vítimas, as suas famílias, à opinião pública, aos acionistas e todos os interlocutores da Vale o compromisso "com a atuação mais adequada e de alto nível possível da companhia, no momento mais grave de sua história" 

O diretor-executivo Eduardo Bartolomeo vai assumir interinamente a presidência da Vale. A empresa disse, em nota, que seu "Conselho de Administração permanece em prontidão, na busca de um relacionamento transparente e produtivo com as autoridades brasileiras visando o esclarecimento dos fatos, a reparação apropriada dos danos e a integridade da empresa e que manterá a sociedade e os mercados informados sobre qualquer fato novo"

Segundo noticiou o Blog do Valdo Cruz, o Conselho de Administração da Vale decidiu afastar, além de Schvartsman, mais 3 diretores.

A Polícia Federal informou que recebeu dos advogados dos diretores Peter Poppinga, Lucio Cavalli e Silmar Silva o pedido de afastamento deles. O conselho da Vale também informou ter recebido o pedido de afastamento dos três --e "imediatamente" os aceitou.

Pedido de afastamento de Schvartsman e mais 13

Nesta semana, funcionários da Vale que estão presos afirmaram, em depoimento, que diretores da mineradora sabiam de problemas na barragem que rompeu em Brumadinho (MG), incluindo o risco de liquefação e erosão interna – apontados como possíveis causas do acidente. Até o momento, 186 mortos foram identificados e há 122 pessoas desaparecidas.

As autoridades que recomendaram o afastamento alertaram que, caso a Vale não cumprisse o pedido, a força-tarefa poderia pedir à Justiça a adoção de medidas mais enérgicas, como a prisão das pessoas citadas.

O documento da força-tarefa reúne 45 motivos para justificar o afastamento de Schvartsman e outros 13 diretores, gerentes e técnicos:

Gerd Peter Poppinga - diretor-executivo de Ferrosos e Carvão;

Lucio Flávio Gallon Cavalli - diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão;

Silmar Magalhães Silva - diretor de operações do Corredor Sudeste;

Alexandre de Paula Campanha - gerente executivo de Governança da Geotecnia Corporativa;

Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araujo - gerente de Gestão de Estruturas Geotécnicas;

Joaquim Pedro de Toledo - gerente executivo de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste;

Cesar Augusto Paulino Grandchamp - geólogo vinculado à Gerência Executiva de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste;

Rodrigo Artur Gomes de Melo - gerente Executivo do Complexo Paraopeba.Mais cedo, a Vale declarou que coopera permanentemente com as autoridades encarregadas da investigação.

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