O Tribunal de Tóquio estabeleceu que o brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, pode ser solto mediante pagamento de fiança, disseram os advogados do executivo nesta terça-feira (5).
Ele está preso em Tóquio desde 19 de novembro, acusado de fraude fiscal e uso de verbas da empresa para uso pessoal.
Prisão de Carlos Ghosn: o que se sabe até agora
De acordo com a emissora japonesa NHK, a fiança foi fixada em 1 bilhão de ienes, o equivalente a R$ 33,8 milhões, na cotação desta segunda-feira. Segundo a emissora, Ghosn pode ser solto ainda nesta terça-feira.
O tribunal ainda estabeleceu algumas condições para que o executivo seja solto. Elas incluem a proibição de sair do Japão e vigilância por câmeras na residência de Ghosn.
Antes de determinar um valor de fiança para libertar Ghosn, o Tribunal de Tóquio rejeitou outros dois pedidos feitos pela defesa do brasileiro.
A expectativa, inclusive, era de que o executivo continuasse preso até o julgamento, afinal a fiança raramente é concedida no Japão sem uma confissão do réu.
Renúncias e acusações
No fim de janeiro, Ghosn renunciou à presidência da Renault. Ele já havia deixado o comando das outras duas fabricantes da aliança, Nissan e Mitsubishi.
Considerado até então um executivo "superstar" do setor automotivo, Ghosn é acusado de violações e fraudes fiscais envolvendo a Nissan, bem como do uso de recursos da empresa para benefícios particulares e para cobrir prejuízos em investimentos pessoais.
Entre as acusações contra Ghosn, estão a omissão de R$ 167 milhões em salários da Nissan entre 2010 e 2015, repasse de dívida pessoal para as contas da fabricante e até compra e reforma de imóveis de luxo de uso próprio com verbas da empresa.