Uma professora foi condenada a 13 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por torturar crianças em um Centro Municipal de Educação Infantil de Astorga, no norte do Paraná.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Roseni Aparecida Papa aparecia em imagens de câmeras de dentro de uma sala de aula agredindo as crianças. A sentença, em primeira instância, é de sexta-feira (8).
Outras duas professoras da mesma creche foram condenadas a 4 anos e 9 meses em regime semiaberto por omissão perante tortura, porque, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), presenciavam as agressões e nada faziam.
As três integravam a mesma equipe, e trabalhavam com crianças de dois a três anos.
A Justiça também determinou que as três percam os cargos e não exerçam funções públicas pelo dobro de tempo da pena aplicada. Assim que as denúncias foram divulgadas, em agosto de 2018, as três foram afastadas das funções.
Agressões
Na época, pais de crianças que faziam parte da turma começaram a notar mudanças de comportamento e marcas nos corpos dos filhos.
"Um dia ele chegou em casa com o bracinho dolorido, que a gente não podia nem mexer. Outro dia, com a testa machucada e falou que foi um tombo. Na outra semana, ele não queria mais tomar banho. Alguma coisa tem, né?", afirmou a mãe de uma das crianças, que não quis se identificar.
"Essa situação de tratamento cruel dispensado às crianças vinha acontecendo de forma sistemática, com a omissão das professoras que compunham a equipe junto da outra professora", afirmou o promotor Lucílio de Held Junior.
O que dizem as citadas
A professora condenada por tortura segue presa na Delegacia de Astorga. As outras duas foram liberadas.
A defesa das professoras informou que elas vão recorrer da decisão.