A passagem do ciclone Idai deixou 157 mortos em Moçambique e no Zimbábue, informou nesta segunda-feira (18) a Reuters, citando autoridades locais.
Beira, a segunda maior cidade moçambicana, e seu arredores ficaram 90% danificados ou destruídos. "O alcance dos danos provocados pelo ciclone Idai é enorme e aterrorizante", afirmou a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) em um comunicado. A cidade tem 530 mil habitantes.
O ciclone atingiu o centro de Moçambique na noite de quinta-feira (14) e avançou rumo ao Zimbábue e o Malawi, destruindo tudo em sua passagem: estradas, escolas, casas, lojas, hospitais e até mesmo uma represa.
O funcionário do Ministério da Informação do Zimbábue, Nick Mangwana, disse à Reuters que o número de mortes confirmadas em todo o país é de 89.
A agência de notícias estatal moçambicana afirmou que aproximadamente 68 mortes foram registradas até a manhã desta segunda-feira em Moçambique, embora o canal de televisão local TVM tenha informado que cerca de 84 pessoas morreram no país.
Em balanço divulgado anteriormente a FIVC indicou que pelo menos 55 das mortes foram registradas na cidade portuária de Beira.
Esse balanço pode aumentar em consequência das fortes chuvas previstas par a região e à medida que as equipes de emergência avançam por todas as localidades, segundo a Cruz Vermelha.
"A situação é terrível. Os meios de comunicação estão totalmente cortados e as estradas estão destruídas. Muitas localidades são inacessíveis", afirmou Jamie LeSueur, da FICV, citado no comunicado.
"Nos contaram que situação pode ser pior fora da cidade. No domingo, uma represa cedeu e cortou a última estrada ainda acessível para seguir até a cidade", explicou LeSueur.
No sábado (16), o porta-voz do governo do Zimbábue, Nick Mangwana, disse que 25 pessoas tinham morrido no país até então por causa das enchentes.
O governo de Harare declarou estado de calamidade em áreas afetadas pela tempestade, a pior a atingir o país desde que o ciclone Eline devastou o leste e o sul do Zimbábue em 2000.
As mortes foram registradas principalmente em Chimanimani, uma região montanhosa perto da fronteira com a Mozambique. Não havia registro de turistas entre as vítimas.
A televisão estatal do Zimbábue, ZBC, informou que 150 pessoas estavam desaparecidas.