ADVOGADOS DE VÍTIMAS CONTESTAM FLAMENGO " NÃO FOMOS CHAMADOS "!
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Publicado em 19/03/2019

Um grupo de advogados que representa algumas das vítimas fatais da tragédia no Ninho do Urubu deu entrevista nesta terça-feira. O objetivo foi contestar o modo como a diretoria do Flamengo vem conduzindo o caso, especialmente em relação às famílias das dez vítimas fatais do incêndio.

Mariju Maciel, Arley Carvalho e Paula Wolff, representantes das famílias de Christian Esmério, Gedinho, Pablo, Jorge Eduardo, Arthur, Samuel e Rykelmo, falaram com a imprensa. Arley foi o primeiro a se pronunciar.

Queremos passar o que o Flamengo não tem feito. São 40 dias e o Flamengo vem fazendo o inverso do que tem passado para a mídia. Doloroso representar os familiares nessa condição. Falta de atenção e carinho com que estão sendo tratados. Como advogados, fomos, pelo presidente Landim, pessoas que estariam aflorando uma imposição. Nós estamos é dando o suporte que o clube deveria e não vem fazendo. Ontem na Alerj houve uma homenagem. A segunda que eles receberam. A primeira foi no Fla-Flu, pela torcida. Flamengo nem procurou para dar a solidariedade que o caso merece - disse o advogado.

O Flamengo disse que está em negociação com nove familiares. Nós representamos sete e até agora não fomos chamados. Ninguém foi procurado. O que queremos é que se resolva. Se for administrativamente, ótimo. Para isso, é preciso abrir conversa.

Mariju reiterou que o clube não está negociando com as famílias. O Flamengo afirma ter feito acordo com uma família. Apenas o advogado de Bernardo e Vitor que tiveram a iniciativa de procurar o clube para negociar. Os outros acreditam que esta obrigação é da diretoria rubro-negra.

- O maior objetivo é deixar claro que não estamos em luta com o Flamengo. Estamos em luto com as famílias. O objetivo principal é que a população saiba a verdade. Não existe negociação com nove famílias, como diz o Flamengo. Tenho dúvida sobre qual patrocinador gostaria de vincular sua marca ao clube. Tivemos a notícia de que o ar-condicionado tinha pegado fogo. Se não foi esse o aparelho da tragédia, vai ser apurado. Mas não podiam estar dormindo lá. As famílias estão abertas a conversas, a um acordo. Quem tem por obrigação procurar é o Flamengo. As famílias não foram causadoras Não há resistência dos advogados. Ainda não existe o acordo. Mas foi iniciativa dessas famílias. O Flamengo só falou através do tribunal.

Paula Wolff também fez críticas e contou que o grupo pediu que os familiares fizessem um vído dizendo que em nenhum momento o Flamengo os procurou.

Um dos motivos dessa entrevista foi para esclarecer que as famílias não estão sendo chamadas. Gravamos depoimentos dos pais, datados, dizendo que o clube não entrou em contato. Da forma que foi colocado pelo presidente do Flamengo, parece que só não houve acordo por causa dos advogados - disse.

Perguntado sobre qual seria a atitude das famílias em caso da impossibilidade de um acordo, Arley Carvalho disse que o caminho inevitável será levar ao judiciário, o que levaria bastante tempo para ser concluído.

Não teríamos outra alternativa a não ser procurar o judiciário. Não temos um prazo. Buscamos conciliar isso para que seja favorável a todos. A postura do Flamengo de se afastar é que está criando isso - afirmou.

De acordo com os advogados, as famílias desejam iniciar as conversas com base nos valores sugeridos pelo Ministério Público para cada vítima: R$ 2 milhões e R$ 10 mil mensais até que o atleta completasse 45 anos.

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