O adolescente de 17 anos apontado pela Polícia Civil e o Ministério Público como um dos mentores intelectuais do massacre na escola Professor Raul Brasil chegou pouco antes das 10h desta quinta-feira (4) ao Fórum de Suzano para participar de mais uma audiência.
Para a investigação, o suspeito planejou o atentado à escola com os dois assassinos, que morreram no dia do massacre. No entanto, a defesa do jovem disse que ele apenas "fantasiou" o crime, mas não ajudou os assassinos a executá-lo.
De acordo com o Tribunal de Justiça, duas testemunhas serão ouvidas. O TJ ainda não informou se são de defesa ou acusação.
Esta audiência é a segunda de instrução desde que o menor foi apreendido no dia 19 de março, seis dias após o massacre. A primeira ocorreu em 26 de março, quando foram ouvidas 17 testemunhas. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, 13 delas de acusação, três de defesa e uma que foi arrolada pelas duas partes.
O menor está em uma unidade da Fundação Casa desde o dia 19 de março. O advogado dele, Marcelo Feller, do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), confirmou que em 2015 o suspeito conversou com o assassino mais novo sobre atacar a escola, mas que, à época, isso era uma “fantasia” e não um plano.
Ao final da última audiência, em uma entrevista coletiva, Feller afirmou que não pode divulgar detalhes do processo, que corre em segredo de justiça, mas que outras pessoas ainda devem ser ouvidas, oportunidade em que "novas provas serão produzidas".
O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que a internação provisória de um menor tem prazo máximo de 45 dias, a contar da data da apreensão. Neste caso, a justiça terá até 2 de maio para ter uma decisão sobre o futuro do suspeito. Ou seja, julgar se ele participou ou não do planejamento do atentado.
O ataque
Os assassinos de 17 e 25 anos mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil no dia 13 de março. Antes disso, um deles baleou e matou o próprio tio, em uma loja de automóveis.
A investigação aponta que, depois que foram encurralados pela polícia, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou.
A polícia e o Ministério Público tentam identificar se mais pessoas estão envolvidas no massacre de Suzano. No dia 19 de março, um adolescente de 17 anos foi apreendido por suspeita de ter ajudado a planejar o ataque.