A polícia da Nova Zelândia confirmou nesta quinta-feira (4) que apresentou 50 acusações de homicídio e 39 de tentativa de homicídio contra o australiano Brenton Tarrant, acusado do atentado terrorista em duas mesquitas da cidade de Christchurch.
Existe a previsão que Tarrant, preso desde o dia do massacre, ocorrido em 15 de março, compareça nesta sexta (5) ao Tribunal Superior de Christchurch. Na audiência do dia seguinte ao ataque, Tarrant rejeitou seu advogado e disse que planeja se defender sozinho das acusações contra ele.
As autoridades indicaram, em comunicado divulgado nas redes sociais, que consideram a possibilidade de apresentar outras acusações relacionadas à agressão armada em recintos religiosos.
O agressor, de 28 anos, permanece lúcido e sem qualquer tipo de arrependimento, indicou na época o advogado Richard Peters - indicado para defender Tarrant -, que disse que o acusado não parecia ser mentalmente instável, além de expressar sua ideologia extremista.
Segundo o advogado, Tarrant procura utilizar o processo como "alto-falante" da sua ideologia.
Naquele dia, 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas no ataque indiscriminado contra os fiéis muçulmanos que estavam nas mesquitas antes da tradicional oração do meio-dia.
Após o massacre, a Nova Zelândia procura alterar a lei de armas para proibir a posse de armas militares semiautomáticas e fuzis de assalto, como as utilizadas para cometer o massacre.
Na Nova Zelândia, cerca de 250 mil pessoas possuem licenças padrões de categoria A para porte de armas, que permite aos maiores de 16 anos possuírem e utilizarem rifles e escopetas, após testes policiais.
Brenton Tarrant possuía esta licença desde 2017 e desde então comprou cinco armas, incluindo duas semiautomáticas, que na maior parte foram adquiridas pelo site da loja de armas neozelandesa Gun City.