A tempestade que caiu no Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (8) deixou três mortos: um homem na Gávea e duas irmãs no Leme. A terça-feira (9) começou com mais chuva. Às 5h20, pancadas moderadas atingiam toda a cidade.
O município está em estágio de crise - o mais alto em uma escala de três - desde as 20h55. A recomendação é para evitar deslocamentos. A rede municipal de ensino e algumas unidades particulares não vão funcionar.
A Avenida Niemeyer e o Alto da Boa Vista amanheceram interditados por quedas de barreira.
Telefones úteis
O Corpo de Bombeiros atende no telefone 193 e auxilia em acidentes de trânsito e incidentes em elevadores, entre outros.
Riscos de desabamento, decorrentes de chuva ou não, devem ser informados à Defesa Civil Municipal ou Estadual, no telefone 199.
Cadastre seu celular no serviço gratuito de envios de alertas da Defesa Civil: basta mandar um torpedo para 40199.
Vítimas
Guilherme N. Fontes, 30 anos, na Gávea;
Doralice do Nascimento, 55 anos, no Leme;
Gerlaine do Nascimento, 53 anos, no Leme.
Mortes no Leme
No início da madrugada, um deslizamento de terra atingiu o Morro da Babilônia, no Leme, matando duas irmãs, que eram vizinhas.
Havia a informação preliminar de que crianças tinham sido soterradas. A TV Globo apurou que não havia crianças - duas mulheres foram retiradas do lamaçal. Outras duas pessoas foram feridas, e um homem está desaparecido.
Os volumes registrados entre o fim da tarde de segunda e o início da manhã de terça superam os índices pluviométricos do temporal de 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram. No Jardim Botânico, por exemplo, caiu o dobro de água.
Morte na Gávea
Na noite de segunda, o temporal alagou ruas, derrubou árvores e destruiu carros. Segundo o comando do 23º Batalhão de Polícia Militar (Leblon), o corpo de um homem foi achado na Gávea, Zona Sul, debaixo de um carro. Na manhã desta terça, os bombeiros o identificaram como Guilherme N. Fontes, de 30 anos.
A causa da morte ainda não foi divulgada. Segundo testemunhas, Guilherme morreu afogado ao cair de moto, ser arrastado pela água que descia da Avenida Marquês de São Vicente, uma das principais do bairro, e ficar preso debaixo de um carro.
Resumo do temporal
1 morte na Gávea
2 mortes no Morro da Babilônia, no Leme
1 desaparecido no Leme
39 sirenes acionadas em 20 comunidades
Rio entrou em estágio de crise às 20h55
Barra/Barrinha foi onde mais choveu
Aulas suspensas na rede municipal nesta terça
Mais um trecho da Ciclovia Tim Maia desabou, e Av. Niemeyer foi interditada
Bombeiros usaram barcos para resgatar crianças no Jd. Botânico
Estágio de crise
Chuva provoca caos no trânsito do Rio
A cidade entrou em estágio de atenção às 18h35 de segunda. Às 20h55, passou para o estágio de crise o mais grave de três níveis de risco, segundo o Alerta Rio, sistema da prefeitura.
Em quatro horas, choveu mais no Rio do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram em consequência do temporal. Trinta e nove sirenes foram acionadas em pelo menos 20 comunidades. Não há informação sobre feridos. A Defesa Civil informou em entrevista à GloboNews que foram feitas mais de 1,7 mil ocorrências.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê mais chuvas fortes com trovoadas até as 10h desta terça. A prefeitura recomenda que a população somente se desloque "em caso de extrema necessidade".
Aulas suspensas
Devido aos estragos, que provocam dificuldade de deslocamento, além do risco de mais chuva, a prefeitura determinou o cancelamento das aulas nas escolas municipais. Até o início da madrugada, não havia informação sobre o ensino estadual.
Escolas particulares e universidades, como a PUC-Rio, também divulgaram que não terão aulas.
Niemeyer fechada
Em entrevista à TV Globo, o prefeito Marcelo Crivella disse que a chuva foi "atípica" e a Zona Sul foi a região mais atingida. O prefeito, que se reuniu com secretários no Centro de Operações, disse que órgãos da prefeitura vão atuar durante toda a madrugada liberar as regiões com maiores problemas.
Crivella pediu ainda que a população evite ir até a Zona Sul da cidade nesta terça. O prefeito informou ainda que a Avenida Niemeyer, fechada após o temporal e a queda de novo trecho da ciclovia, deve seguir interditada.
Ciclovia desaba de novo
Por volta das 22h, um trecho da ciclovia Tim Maia caiu. Foi o quarto desabamento desde que ela foi inaugurada, em 2016. No primeiro, em abril do mesmo ano, duas pessoas morreram quando uma onda destruiu a via durante uma ressaca.
Em fevereiro do ano passado, em outro trecho, próximo ao túnel que liga São Conrado à Barra, também houve um desabamento. Em fevereiro deste ano, outra queda parcial, desta vez sem vítimas, durante outro temporal no Rio.
A queda desta segunda ocorreu quando a Avenida Niemeyer já estava fechada devido ao risco de deslizamentos. O procedimento tem sido realizado desde que duas pessoas morreram na via no temporal de 7 de fevereiro.
Recomendações
O estágio de crise é o terceiro nível em uma escala de três e significa "previsão de chuva forte, ocasionalmente muito forte nas próximas horas, podendo causar múltiplos alagamentos e deslizamentos, e transtornos generalizados em uma ou mais regiões da cidade". Nesta situação as equipes emergenciais da Prefeitura já estão atuando.
A prefeitura recomenda que a população tome as seguintes ações preventivas:
Os habitantes das áreas de risco devem se deslocar imediatamente para locais seguros
Os moradores de áreas de encostas devem ficar atentos para indícios de ameaças de deslizamentos e estarem preparados para se deslocarem para locais seguros
As pessoas que estiverem em locais seguros devem permanecer nestes locais até o cancelamento do alerta
As vias urbanas que atravessam os maciços montanhosos da cidade e as áreas inundáveis devem ser evitadas
Evite transitar em áreas alagadas e próximas a córregos, canais e rios sujeitos a transbordamentos
Em casos de ventos fortes e/ou chuvas com descargas elétricas, evite ficar próximo a árvores, redes de distribuição de energia elétrica ou em áreas descampadas
Se necessário, use os telefones de emergência 193 (Corpo de Bombeiros), 199 (Defesa Civil) ou 1746 (Central de Atendimento da Prefeitura)