MP DIZ QUE AGRESSOR DE BOLSONARO PODE SER CONDENADO MAS COM PENA MENOR POR SER SEMI - IMPUTÁVEL
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Publicado em 10/04/2019

O parecer do Ministério Público Federal em Juiz de Fora (MG), segundo fontes ouvidas pela concluiu - se que o autor da facada em Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, Adélio Bispo, é semi-imputável. Isso quer dizer que, para o MP, Adélio Bispo pode ser enquadrado criminalmente, mas com redução de pena, em razão de transtornos mentais apontados em laudos médicos. A conclusão é do procurador do Ministério Público Federal em Juiz de Fora (MG) Marcelo Medina, que enviou o parecer nesta terça-feira (9) para a Justiça Federal. O documento é mantido sob sigilo e o procurador não fala sobre o teor. A reportagem apurou que o documento levou em conta sete laudos e pareceres sobre a saúde mental de Adélio. As conclusões vão embasar a decisão judicial sobre a possível punição ao agressor de Bolsonaro. Investigadores disseram que há várias divergências nos laudos sobre o estado mental de Adélio. Os laudos são relevantes porque apontam como o problema mental pode reduzir ou anular a capacidade de entendimento de Adélio sobre a facada em Bolsonaro. O entendimento da Justiça sobre a condição mental de Adélio pode diminuir ou anular uma eventual pena ao fim do processo. Três laudos já foram feitos na apuração sobre problemas mentais do autor do atentado contra o presidente: em outubro de 2018, um laudo particular atestou transtorno delirante grave em Adélio Bispo; em fevereiro de 2019, dois laudos, feitos a pedido da Justiça, apontaram problemas mentais; um deles concluiu que que Adélio tem "transtorno delirante permanente paranoide", e que, por isso, não pode ser punido criminalmente. No mês passado , o procurador do caso, Marcelo Medina, afirmou à TV Globo que há divergências relevantes de conteúdo entre os três laudos. Ele pediu à Justiça explicações sobre os motivos . No início deste mês, as informações chegaram à Justiça Federal em Juiz de Fora. São três as possibilidades de Adélio nesse processo: ele pode pode responder criminalmente com base na lei de segurança nacional; pode ser considerado semi-imputável e ter redução da pena ; ou pode ser considerado inimputável: nesse caso ele ficaria fora da prisão, sem implicações criminais, mas seriam aplicadas medidas de segurança relacionadas à saúde, como o isolamento em estabelecimento especializado. O processo está na fase final. A partir de agora, a defesa do presidente também vai se pronunciar sobre as conclusões do Ministério Público Federal. Em seguida, é a vez da defesa de Adélio. No mês passado, a Justiça autorizou que um médico psiquiatra, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, entrevistasse Adélio. A decisão sobre se Adélio tem mesmo insanidade e se será ou não punido criminalmente será do juiz Bruno Savino , da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora.

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