MÉDICO ACUSADO DE DEFORMAR ROSTO DE PACIENTES TERÁ QUE INDENIZAR MULHER COM LESÃO DEFINITIVA - GO
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Publicado em 17/04/2019

A Justiça condenou o médico Wesley Murakami a pagar indenização de R$ 60 mil a uma paciente que ficou com sequelas após um procedimento estético realizado por ele. De acordo com os autos, a mulher passou por tratamento para amenizar olheiras, mas acabou ficando com produto alojado e precisou passar por outra operação corretiva. Cabe recurso.

A reportagem entrou em contato com o advogado André Bueno, que representa o profissional, na manhã desta quarta-feira (17) e aguarda retorno.

Murakami foi preso em Goiás no último dia 21 de dezembro, levado para prisão em Brasília e solto no dia 17 de janeiro. Ele já foi condenado a indenizar outra mulher que ficou com deformidades após passar por procedimento em Goiânia.

Desta vez, conforme sentença do juiz Jonir Leal de Sousa, da 1ª Vara Cível da comarca de Aparecida de Goiânia, a mulher ficou com uma sequela no olho esquerdo, após o nervo óptico ser afetado.

O procedimento foi realizado em 2012 e custou R$ 1,8 mil. Ainda conforme o magistrado, ele foi realizado com a aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA), um tipo de plástico líquido usado para preenchimento – é injetada sob a pele por meio de uma seringa.

Porém, dois anos depois, a paciente apresentou problemas e procurou outro médico, que constatou resquícios do produto no organismo e pontuou a necessidade de um novo procedimento para sua retirada. Ainda assim, a situação não foi completamente contornada.

Em seu despacho, o juiz destacou que "a lesão definitiva remanescente, ainda que minimizada, que deve ser compensada pecuniariamente". O médico também terá de pagar à mulher R$ 2 mil, valor referente aos custos dela com os procedimentos posteriores.

Por fim, Sousa afirmou que outros casos já foram amplamente divulgados "diversos outros casos de procedimentos malsucedidos realizados pelo requerido".

Denúncias

Segundo a Polícia Civil de Goiás, há 14 denúncias contra o médico no estado. Já no DF, outras 15 pessoas alegaram que tiveram deformidades no rosto após serem atendidas por ele, que teve o registro profissional suspenso.

Uma das pacientes disse que ficou com o "rosto de monstro" após o procedimento com o paciente.

São apurados crimes de lesão corporal gravíssima, associação criminosa e aplicação de produto de origem ignorada ou adulterada.

A Polícia Civil realizou uma operação durante a qual foram apreendidos medicamentos, prontuários e computadores no consultório do médico, em Goiânia.

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