MENINA QUEIMADA APÓS FURTO DE GASOLINA ESTÁ EM ESTADO GRAVE
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Publicado em 27/04/2019

A mãe da criança de nove anos que sofreu queimaduras pelo contato com combustível em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, relatou ao RJ1 seu desespero nesta sexta-feira (26). O vazamento ocorreu durante uma tentativa de furto de combustível em um oleoduto no bairro Parque Capivari.

A menina Antonia Cristina Pacheco foi operada pela manhã depois de cair na poça de gasolina. Ela está no CTI pediátrico e teve mãos, braços e pernas queimados. O estado de saúde dela é gravíssimo, segundo o Hospital de Saracuruna. A menina teve 80% do corpo queimado.

"A gente correu e nisso ela provavelmente não conseguiu respirar. O ar estava sufocando, a boca ficava seca, dava ânsia de vômito e a gente não conseguia mais fazer nada. Então minha filha caiu, vi que ela sumiu em meio a tanta neblina de combustível. Achei que ela estava morta", relatou a mãe.

A Transpetro, subsidiária da Petrobras, informou, por volta das 12h30, que o vazamento foi controlado. Ainda de acordo com a empresa, o risco de explosão foi reduzido ao longo da manhã.

Agentes do Corpo de Bombeiros retiraram moradores das casas para evitar intoxicação pelo forte cheiro. A prefeitura estima que a multa à empresa pode chegar a R$ 17 milhões.

"O dano ambiental foi muito grande. O esguicho de gasolina chegou a 10 metros de altura por horas e horas. Atingiu até o pequeno mangue aqui atrás. A multa vai ser de aproximadamente R$ 17 milhões. O dano foi muito grande. Tem gente ferida e animais mortos", explicou o secretário Vitor Hugo Kaczmarkiewicz.

O delegado Júlio Filho, da DDSD, disse que as investigações ainda estão muito no início, mas que trabalha principalmente com a atuação do crime organizado. "São quadrilhas altamente especializadas".

Por motivos de segurança, algumas famílias foram retiradas do local durante a madrugada. Outras duas pessoas ficaram feridas: um morador da área e uma funcionária da Transpetro. O caso deles é menos grave.

O funcionário da Transpetro que tentou conter o vazamento afundou em um buraco e sofreu queimaduras.

“A gasolina que vazou é a do tipo A, a mais forte que existe. E não pode ser comercializada, porque ainda nem foi misturada ao anidro para ser vendida em bombas. O produto tem um cheiro muito forte e queima a pele. Até derreteu a luva de borracha do pessoal da nossa equipe”, explicou o secretário.

Relatos de moradores

Muitos moradores do bairro Amapá, que é próximo do local do vazamento, tiveram que sair de casa. Segundo eles, o forte cheiro começou por volta das 2h.

“A gente está aqui na subida de Petrópolis, a gente subiu a serra com muito medo do que aconteceu no bairro Amapá. Teve um vazamento muito grande, o cheiro era muito forte”, disse um morador, afirmando que optou por sair de casa com a família.

Outros moradores tiveram vômitos e náuseas.

"Eu estou sem dormir desde as 2h30. Foi uma correria, todo mundo saiu de casa, um levantando e chamando o outro. Conforme liguei para a Petrobras, eles falaram para eu acordar as crianças, não deixá-las dormindo. Foi o que eu fiz", disse outro morador.

Os bombeiros orientaram os moradores a cobrir os rostos com toalhas úmidas para evitar uma possível intoxicação.

Esclarecimentos da Transpetro

Em nota, a Transpetro informou que cerca de 70 profissionais da companhia estão atuando na contingência, incluindo profissionais de saúde e de meio ambiente. Entre os recursos mobilizados estão caminhões-vácuo, retroescavadeira, ambulâncias, barreiras absorventes e de contenção, drone e uma unidade móvel de operações.

"A companhia está prestando toda a assistência necessária às três pessoas que estão hospitalizadas e às famílias dos moradores do entorno. O volume vazado está sendo estimado. A companhia colabora com as investigações das autoridades e tem como maior preocupação a segurança das famílias, pois intervenções criminosas nos dutos podem trazer riscos para a comunidade, como incêndios e explosões. A colaboração e o engajamento dos moradores vizinhos aos dutos é muito importante para minimizar o perigo que todos correm com estes atos criminosos. Eles podem entrar em contato com a Transpetro por meio do telefone 168 caso identifiquem qualquer movimentação suspeita na faixa de dutos e em terrenos próximos. A ligação é grátis e o telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.", explica a nota.

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