O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta segunda-feira (29) ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para que a instituição financeira ofereça juros mais baixos aos produtores rurais. Ele fez o pedido ao anunciar R$ 1 bilhão para o seguro rural, durante evento do setor agrícola, em Ribeirão Preto (SP).
"Eu apenas apelo, Rubem (Novaes), me permite fazer uma brincadeira aqui. Eu apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você parecer ser um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais. Tenho certeza de que as nossas orações tocarão seu coração", disse Bolsonaro.
Logo após a declaração, as ações do BB passaram a operar em baixa. Às 16h, os papéis do banco operavam em queda de 0,30%. Mais cedo, chegaram a avançar mais de 1%.
Outras promessas a ruralistas
Jair Bolsonaro disse aos ruralistas que se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que o parlamentar prometeu colocar em votação um projeto que permitirá que produtores rurais tenham direito à posse de arma de fogo em "todo o perímetro" da propriedade.
O presidente também anunciou na Agrishow que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto que prevê o "excludente de ilicitude" para dar "segurança jurídica" a proprietários rurais. De acordo com Bolsonaro, donos de terra que ferirem alguém em defesa própria ou da propriedade responderão pelo ato, mas não serão punidos.
Ele voltou a defender uma "segurança jurídica no campo", ao declarar que "a propriedade privada é sagrada e ponto final". Segundo Bolsonaro, a reforma agrária não terá "viés ideológico" no governo dele. "Nessa segurança jurídica, a questão da reforma agrária sem viés ideológico e que comece em cima de lotes ociosos e que haja acordo de conciliação em áreas judicializadas", prometeu.
Meio ambiente
O presidente afirmou que negociou com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, "uma limpa" no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os dois órgãos são vinculados ao Ministério do Meio Ambiente e dividem o trabalho de fiscalização e preservação ambiental.
Nos últimos meses, Ricardo Salles vem promovendo mudanças nos dois institutos e considera fundi-los. As mudanças levaram a quatro pedidos de demissão de gestores do ICMBio, entre os quais o então presidente do órgão, Adalberto Eberhard.
Crédito para máquinas agrícolas
No mesmo evento, a ministra da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que o governo federal vai disponibilizar um adicional de R$ 500 milhões para a linha de financiamento de máquinas agrícolas Moderfrota. O montante vale ainda para o Plano Safra 2018/19, que termina em junho.
"Depois de muita conversa, cálculos, contas, conseguimos rapar o tacho do Plano Safra que termina em junho, mais R$ 500 milhões para o Moderforta. É pouco, mas já tínhamos realocado R$ 1 bilhão. Os produtores gastaram o dinheiro todo antes do tempo", disse Tereza na abertura do evento.
Tereza Cristina afirmou ainda que os detalhes do próximo Plano Safra (2019/20), válido a partir de julho, serão divulgados em 12 de junho "com surpresas agradáveis".