Os ventos fortes de mais de 100km/h e a chuva registrada na noite de domingo (28) afetaram o funcionamento do Instituto Médico Legal (IML) e hospitais no Rio. Falta energia no IML desde a noite de domingo. Quase 100 árvores caíram em toda a cidade, de acordo com a Companhia de Limpeza Urbana.
Segundo peritos ouvidos, a geladeira do necrotério do IML no Centro do Rio está descongelando após 16 horas sem luz. Funcionários de um hospital tiveram que usar lanternas para circular pela unidade.
Rio tem ventania de mais de 100km/h na noite de domingo
No Instituto Médico Legal, a falta de luz afeta também a realização de necropsias e o uso das contraprovas realizadas no instituto, que podem ser perdidas. Fotos enviadas ao G1 mostram que há problemas em vários setores do prédio.
"Órgãos como Ministério Público, Bombeiros, Defesa Civil e Vigilância Sanitária já inspecionaram, mas nenhuma medida efetiva foi tomada", afirmou Denise Rivera, vice-presidente da Associação de Peritos do Estado do Rio.
Procurada, a Polícia Civil não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Hospital na Zona Oeste
No Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, funcionários usaram a lanterna depois que a unidade ficou sem luz, por volta das 20h. A energia só voltou três horas depois.
"Aqui atrás é onde funciona o gerador. Não tem barulho de nada. O hospital tá às escuras. A luz aqui é do meu flash", relata um funcionário em vídeo exibido pelo RJ1 nesta segunda-feira.
Um integrante da equipe médica contou que o gerador de energia não funcionou.
"Já estamos já há mais de duas horas sem luz aqui no Albert. O gerador não está funcionando. Há risco do gerador pegar fogo. Tão tentando ligar mais não funciona. Está cheio de extintor ali perto da casa de máquina", contou.
Quedas de árvores
O Rio entrou em estágio de atenção às 20h30 de domingo e voltou para o estágio de normalidade às 11h30 desta segunda-feira.
A Comlurb registrou entre a noite de domingo e a tarde desta segunda 108 ocorrências, sendo 97 quedas de árvores e galhos devido à ventania de mais de 100km/h .
Os bairros com mais ocorrências foram Tijuca, Maracanã, Vila Isabel, Cachambi, Centro e Campo Grande. Equipes estão nas ruas para resolver os problemas ocasionados pela ventania.
Em Bangu, na Zona Oeste, o posto do Poupa Tempo ficou sem atendimento nesta segunda.
Em hospitais como o Iaserj, em Irajá, e em uma clínica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, clientes e médicos passaram por dificuldades.
"Eu vim na consulta da minha neurologista, aí o guarda falou que não tinha luz, provavelmente, minha neuro só atende segunda e sexta, agora só sexta-feira", lamentou uma paciente do Iaserj.
No CER da Barra da Tijuca, pacientes ficaram durante horas no escuro durante a noite de domingo (28).
"UPA da Barra no escuro e o gerador não funciona. As pessoas aguardando atendimento", disse um paciente.
A Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio informou retomou os serviços suspensos na manhã desta segunda, por conta da falta de energia e outras alterações provocadas pelo vendaval de domingo.
O atendimento já está normal no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Santa Cruz, e no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman e do Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp), que funcionam no mesmo complexo, em São Cristóvão.
Transportes
A Secretaria de Estado de Transportes informa que não haverá operação do Bonde de Santa Teresa nesta segunda-feira por causa dos fortes ventos que atingiram a cidade. Houve queda de árvores sobre a rede aérea, impossibilitando a circulação do bonde. As equipes já estão trabalhando no local para a normalização do sistema.