O Ministério Público Militar pediu a soltura de nove militares do Exército envolvidos no episódio em que o carro do músico Evaldo Rosa foi atingido por 80 tiros, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, no último dia 7 de abril. Eles foram presos preventivamente ao longo da investigação do caso.
Além de Evaldo, o catador de lixo Luciano Macedo também morreu no episódio. O músico morreu no próprio carro e o catador dias após ficar internado no hospital. O pedido do MPM à Justiça foi feito a partir de um habeas corpus impetrado pela defesa.
De acordo com o parecer da procuradoria-geral da Justiça Militar, o pedido de soltura beneficia os seguintes envolvidos:
•Ítalo da Silva Nunes Romualdo
•Fábio Henrique Souza Braz da Silva
•Gabriel Christian Honorato
•Matheus Santanna Claudino
•Marlon Conceição da Silva
•João Lucas da Costa Gonçalo
•Leonardo Oliveira de Souza
•Gabriel da Silva de Barros Lins
•Vitor Borges de Oliveira
A solicitação pede a revogação da prisão preventiva até que o habeas corpus seja julgado definitivamente. O pedido fala ainda de uma “desproporcionalidade e ilegalidade absoluta” da prisão por ausência de fundamentação jurídica.
Relembre o caso
Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu em uma ação do Exército na região da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, na tarde do dia 7 de abril. Militares dispararam ao menos 80 vezes contra o carro em que estava Evaldo e sua família em Guadalupe, segundo peritos da Delegacia de Homicídios. O sogro da vítima também foi baleado e precisou ser hospitalizado.
Cinco pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê. A esposa e o filho de 7 anos de Evaldo e uma mulher não se feriram. O catador de lixo Luciano Macedo, que tentou ajudar a vítima, também foi atingido pelos disparos e morreu dias depois.
A Polícia Civil realizou uma perícia no local porque os militares tiveram dificuldade em realizá-la, devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime, segundo o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios da Capital. Mas os envolvidos na ação foram ouvidos em uma delegacia militar, não civil.
Militares atiraram por engano contra a família, segundo relatos de testemunhas e parentes. O Comando Militar do Leste (CML) primeiro negou ter atirado contra uma família e disse ter respondido a uma "injusta agressão" de "assaltantes".