994 CIDADES PODEM TER SURTO DE DENGUE, ZICA E CHICUNGUNHA NO PAÍS
Principais notícias do Dia
Publicado em 30/04/2019

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira, um levantamento que indica que quase mil cidades podem ter surto de dengue, zika e chicungunha no país. O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 indica que 994 municípios apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para as doenças. Os dados foram coletados entre janeiro a março deste ano.

A pasta alerta que o sistema de vigilância de estados e municípios e toda a população devem reforçar os cuidados para combater o mosquito. Ao todo, 5.214 municípios realizaram algum tipo de monitoramento do Aedes aegypti, transmissor dessas doenças.

“O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o país, que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.

Kleber ressalta que “mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado para o período. Sendo assim, até o momento, o país não está em situação de epidemia, embora possa haver epidemias localizadas em alguns municípios e estados”, disse.

Além das cidades em situação de risco, o levantamento identificou 2.160 municípios em alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9% e 1.804 municípios com índices satisfatórios, inferiores a 1%.

Casos pelo país

Em 2019, até 13 de abril, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no país, aumento de 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 102.681 casos. A incidência tem taxa de 216,6% casos/100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes.

Sobre o aumento dos casos, o coordenador-geral dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes explica alguns dos motivos:

Desde o fim do ano passado, as condições ambientais foram propícias para reprodução do vetor, como o aumento das temperaturas e regime de chuvas mais prolongados. Além disso, temos o retorno do sorotipo 2 da dengue, que não era predominante identificado nas amostras, o que aumenta a suscetibilidade da população — afirma Rodrigo Said.

Em relação à zika, foram registrados 3.085 casos, com incidência de 1,5 caso/100 mil hab. Em 2018, no mesmo período, foram registrados 3.001 casos prováveis. Em 2019, não foram registrados óbitos por zika.

Também foram registrados 24.120 casos de chikungunya no país, com uma incidência de 11,6 casos/100 mil hab. Em 2018, foram 37.874 casos – uma redução de 36,3%. Em 2019, não foram confirmados óbitos por chikungunya.

Situação por cidades

Cinco capitais estão com índice satisfatório: Boa Vista (RR), João Pessoa (PB), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e o Distrito Federal. A capital Cuiabá (MT) está em risco. Outras 16 capitais estão em alerta: Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Vitória (ES), São Luis (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Maceió (AL), Aracaju (SE) e Goiânia (GO).

Florianópolis (SC) e Rio Branco (AC) não enviaram informações.

O LIRAa

É uma ferramenta importante para o controle do vetor. Com base nas informações coletadas, é possível identificar os bairros onde há concentração de focos do mosquito e como eles são. O objetivo é que, com o levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.

Comentários

Chat Online