O QUE JÁ SE SABE SOBRE O ROUBO DE 718,9 KG DE OURO NO AEROPORTO - SP
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Publicado em 27/07/2019

Os suspeitos do assalto ao terminal de cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, que terminou com 718 kg de outro roubados, seguem desaparecidos. O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Cronologia do caso:

Quarta-feira (24):

8h: o encarregado de despacho da Gru Airport e a mulher são feitos reféns. Ele é liberado com a condição de reencontrar a quadrilha às 16h na Avenida Cupecê. A mulher fica com um bandido em uma ambulância;

16h: o encarregado de despacho encontra 2 bandidos no local combinado e eles seguem para a casa do encarregado;

17h30: A família do encarregado é feita refém, incluindo 4 crianças;

Bandidos e família passam a noite na casa.

Quinta-feira (25):

8h: a carga transportada pela empresa Brink's chega ao aeroporto em três carros-fortes;

14h: Dois carros clonados da Polícia Federal chegam ao terminal de cargas do aeroporto de Cumbica com 8 homens vestidos com roupas de policiais federais. Um carro fica na portaria e o outro entra com 4 bandidos e o encarregado de despacho;

14h10: a ação de roubo da carga dura apenas 2 minutos e 30 segundos;

15h: os reféns são liberados na casa do encarregado de despacho. Ninguém se feriu.

18h: a mulher do encarregado de despacho da Gru Airport é liberada.

1- Reféns

O encarregado de despacho da Gru Airport e sua mulher foram rendidos na manhã de quarta-feira (24);

Ela foi colocada em uma ambulância e ficou em poder de um integrante da quadrilha até as 18h de quinta-feira (25), quando foi liberada perto do shopping Itaquá, em Itaquaquecetuba, na Grande SP;

A polícia acredita que os assaltantes conseguiram informações privilegiadas com os reféns;

O funcionário foi liberado após ser rendido junto com a esposa, mas os bandidos exigiram que ele fosse às 16h de quarta para um local próximo à Avenida Cupecê. Os bandidos afirmaram que conheciam a rotina da família e exigiram que ele colaborasse.

Lá, ele encontrou mais dois bandidos, que foram com ele para casa e às 17h30 fizeram o restante da família refém, incluindo um homem, a mãe, a sogra do supervisor e 4 crianças;

Os bandidos dormiram na casa da família e só saíram de lá após a conclusão do roubo. Eles fugiram com o carro da família;

Os reféns foram liberados por volta de 15h de quinta-feira (25), uma hora e meia após a conclusão do roubo. Ninguém se feriu.

2 - A carga

Foram roubados 718,9 quilos de metais preciosos em 31 malotes, entre eles ouro, avaliados em US$ 29, 2 milhões, algo em torno de R$ 110,2 milhões, segundo a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto.

A carga foi transportada pela empresa Brink's em três carros-fortes até o aeroporto às 8h de quinta (25). Do total, 24 malotes, com 565,5 kg, seriam levados para Nova York, nos Estados Unidos, e outros 7 malotes, com 153,4 kg, seriam levados para Toronto, no Canadá.

3- A ação dos assaltantes

Câmeras de segurança registraram a ação dentro do terminal;

Por volta das 14h30 de quinta, 8 homens vestidos com roupas de policiais federais entraram no terminal de cargas de Cumbica em dois veículos: uma Triton e uma Pajero Dakar, ambas sem placas;

Os carros pareciam-se com viaturas oficiais da PF e os criminosos portavam distintivos da PF, estavam encapuzados e carregavam pistolas, fuzil e carabinas;

O funcionário da portaria liberou a entrada da quadrilha, que disse a ele estariam ali para fazer averiguação de tráfico de drogas;

Um dos carros permaneceu na portaria fazendo a segurança. A caminhonete Mitsubishi clonada de uma viatura da (PF) entra no terminal de cargas com quatro assaltantes e o encarregado refém dentro;

O carro freia bruscamente e desembarcam um refém e dois homens encapuzados, que começam a orientar os funcionários.

No terminal, os criminosos fizeram mais reféns, entre eles o supervisor da logística da carga. Eles foram rendidos e ameaçados;

O operador da empilhadeira foi obrigado a colocar a carga na caçamba de uma caminhonete que os ladrões levaram. A ação durou 2 minutos e meio (veja no vídeo abaixo);

A maior parte dos funcionários que estava no local continua ali, assistindo ao crime.

4 - A fuga

O funcionário do Gru Airport que era mantido refém desde o dia anterior foi levado com os criminosos na fuga, tendo sido liberado horas depois.

Até a manhã desta sexta-feira (26), já foram localizados 5 veículos usados pelos criminosos no assalto. As viaturas clonadas da PF, que não são roubadas, foram abandonadas em um depósito de materiais na Zona Leste, a 20km do aeroporto;

Mais tarde, já outros três carros - duas caminhonetes, uma branca e outra prata, e um caminhão-baú - foram abandonados no Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo. Na região, os ladrões entraram em uma camionete S-10 e em uma ambulância com a carga roubada para prosseguir na fuga.

Os carros usados na ação disfarçados de viatura não são roubados. A polícia tenta identificar quem são os proprietários.

5- O dono do ouro

A empresa Brink's fazia o transporte do ouro, mas ainda não foi revelado quem é o dono do valor;

Um representante da empresa que fazia gestão de risco para a seguradora da carga roubada está oferecendo R$ 150 mil para quem der informações que levem à prisão dos criminosos e ao ouro roubado.

6- A investigação

Investigadores da Polícia Civil vasculharam o armazém de exportação do terminal de cargas, enquanto um helicóptero Pelicano vistoriou rodovias e comunidades ao redor;

Por volta das 16h, as viaturas clonadas foram encontradas. No local, peritos colheram impressões digitais e buscaram rastros da quadrilha;

Muitos moradores se aproximaram para acompanhar os trabalhos da polícia, que usou bombas de gás para afastá-los;

A polícia investiga se a quadrilha é a mesma que cometeu outro assalto milionário ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, no ano passado;

Também é apurado se grupo participou do roubo ao aeroporto de Blumenau, em Santa Catarina, em março deste ano;

Nove testemunhas ficaram na delegacia até 2h de quinta (25) prestando depoimento, entre eles a família que foi feita refém e o casal dono do galpão onde os bandidos abandonaram os carros depois da ação. Eles não falaram com a imprensa;

Participam da investigação: policiais civis, federais e rodoviários.

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