DJ PRESO DIZ À POLÍCIA QUE WALTER AFIRMOU EM DEPOIMENTO QUE IRIA VENDER MENSAGENS AO PARTIDO PT
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Publicado em 28/07/2019

Presos pela Polícia Federal, três dos suspeitos de conexão com a invasão do aplicativo de mensagens Telegram do ministro Sergio Moro (Justiça) e de outras autoridades falaram sobre a relação com Walter Delgatti Neto, que confessou ter obtido conversas de procuradores da Lava Jato e repassado ao site The Intercept Brasil. O repórter Mahomed Saigg, da GloboNews, teve acesso com exclusividade aos depoimentos.

Nos depoimentos:

O DJ Gustavo Henrique Elias Santos diz que foi hackeado por Walter e que desconhece fonte renda dele.

Gustavo afirma que nunca realizou "nenhum tipo de golpes ou fraudes bancárias".

Além de atuar como DJ, Gustavo diz que realiza operações de compra e venda de criptomoedas e que possui várias carteiras de bitcoin, mas se reservou ao direito não informar o total à PF. Questionado sobre a senha e chaves de acesso das contas, se manteve em silêncio.

Gustavo afirma que Walter Delgatti era "simpatizante do Partido dos Trabalhadores" e que ele disse que iria vender o conteúdo das contas do Telegram de autoridades para o partido, mas não informou nenhum nome.

Gustavo afirmou à PF que toda a movimentação de dinheiro que possui teve como origem a venda de veículos e de bitcoins, além da promoção de festas e eventos que promoveu. O valor em espécie, de R$ 99 mil, "foi acumulado ao longo dos anos como lucro de suas aplicações".

O DJ afirmou que movimentou recursos no nome de Suelen e disse que ela não sabia de suas atividades comerciais ou negócios.

Suelen Priscila de Olivera, mulher de Gustavo, diz que não sabia de nada, mas confirma informações do marido.

Danilo Cristiano Marques confirma que empresta nome para diversos usos de Walter Delgatti, como aluguel de imóvel e compra de dólares. Danilo também emprestou a conta bancária.

Em nota divulgada neste sábado (27), o PT disse que o inquérito da Polícia Federal tem "claro objetivo de produzir mais uma armação" contra o partido. O PT voltou a afirmar que, na véspera da eleição presidencial de 1989, a Polícia Federal vestiu sequestradores do empresário Abílio Diniz com camisetas do partido, antes de apresentá-los à imprensa.

O PT afirmou ainda que tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis pelo que classificou de “mais esta farsa”. O partido disse ainda que é criminosa qualquer tentativa de envolver o PT num caso em que o ministro Sergio Moro é que tem de se explicar à Justiça e em que o maior implicado era filiado ao DEM. Esse trecho é uma referência ao principal suspeito dos hackeamentos, Walter Delgatti, expulso na quinta-feira do DEM.

Também em depoimento à Polícia Federal, divulgado pela GloboNews nesta sexta-feira (26), Walter Delgatti Neto disse que conhece Gustavo, Suelen e Danilo desde a infância em Araraquara (SP) e que em nenhum momento repassou para os três a técnica que usou para acessar as contas do Telegram. Delgatti também disse que utilizou nome de Danilo para efetuar o contrato de aluguel do imóvel que reside. Segundo ele, todas as contas desse imóvel ficaram no nome de Danilo.

Delgatti, Gustavo, Suelen e Danilo estão presos desde terça-feira (23). Nesta sexta (26), o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, prorrogou por mais cinco dias a prisão dos quatro suspeitos.

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