O Corpo de Bombeiros confirmou a morte do 1º sargento Rafael Magalhães F. Alves, que estava internado em estado grave no Hospital Central Aristarcho Pessoa (HCAP). O militar é o quarto bombeiro que morreu após atuar no combate ao incêndio que atingiu a Whiskeria Quatro por Quatro , nesta sexta-feira.
Após ser resgatado de dentro do imóvel, Magalhães foi socorrido para o hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Na unidade passou por uma traqueostomia e horas depois foi transferido para o CTI do HCAP.
Neste sábado foram enterrados outros três militares vítimas do incêndio: o segundo sargento Geraldo A. Ribeiro, e os cabos José Pereira de S. Neto e Klerton G. de Araújo.
Dos bombeiros que participaram da ação, ainda há um internado. O capitão David Mont`serrat V. da Cunha segue no HCAP e seu quadro de saúde é estavel. Na manhã deste sábado o capitão Thiago Agostinho recebeu alta.
Uma perícia deverá ser realizada no imóvel da Quatro por Quatro neste domingo. Agentes da Polícia Civil chegaram a ir na whiskeria neste sábado. mas o o intenso calor e grande quantidade de fumaça impediram que os sete peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), responsáveis pelo caso, concluíssem os trabalhos.
Criados juntos, bombeiros mortos em incêndio no Centro foram enterrados na mesma sepultura
Os cabos José Pereira Neto e Klerton de Araújo, que foram velados em Sulacap na tarde desta sábado, moravam em Bangu, na Zona Oeste do Rio. A amizade e o companheirismo deles, ambos de 35 anos, foram lembrados pelos amigos que compareceram ao cemitério Jardim da Saudade para prestar as últimas homenagens. Os dois, inclusive, foram enterrados na mesma sepultura. A dupla cresceu em ruas próximas do bairro onde residiam. De acordo com Roberto da Luz, tio de José Pereira, eles entraram no Corpo de Bombeiros no mesmo concurso, em 2008, e atuavam juntos no Batalhão Central da corporação.
Eles moravam em ruas próximas. Esse convívio criou um grande nível de amizade e confiança. Morreram juntos por um mesmo objetivo. Entraram e saíram juntos como heróis. Os nossos heróis altivos duram para sempre - afirmou, emocionado, o arquiteto Roberto da Luz, de 66 anos.
Fernando José, de 38 anos, amigo dos bombeiros, também ressaltou o companheirismo de Pereira e Klerton.
Foram criados juntos. Caminharam juntos na carreira. Eles estudaram juntos, ficaram na mesma corporação. Acabaram tendo uma morte trágica juntos. Isso vai ficar marcado na nossa vida. Foram pessoas queridas. A gente não sabe o destino de Deus, mas vai deixar saudade para todo mundo. Eram pessoas do bem. Klerton sempre falava dos cursos que fazia na corporação. Salvar pessoas era a coisa que eles mais gostavam de fazer na profissão - acrescenta Fernando, que ao lado de outros amigos das vítimas, vestia a camisa do Carioca Futebol Clube, um time que Klerton jogava uma vez por mês. O cabo, segundo o amigo, era apaixonado por futebol. Klerton e Pereira eram flamenguistas.