A cidade de São Paulo registra congestionamento nos pontos de bloqueio montados pela prefeitura para estimular o isolamento social na cidade. A medida entrou em vigor na manhã desta segunda-feira (4), com quatro interdições parciais.
As interdições acontecem em vias importantes de todas as regiões da capital. Os pontos com maior lentidão foram registrados nas zonas Norte, Sul e Leste.
A partir desta terça (5), a restrição de circulação será ainda maior. Apenas corredores de ônibus das vias estarão liberados.
"Não queremos criar um congestionamento à toa. (...) O pior momento da crise é agora. É agora que as pessoas têm que ficar em casa. (...) É para criar um desconforto para quem sair de casa", disse o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.
Segundo o secretário, a gestão municipal deve tomar medidas ainda mais rígidas caso a cidade continue a registrar congestionamento nas vias e desrespeito ao isolamento social.
"Se em uma semana você perceber que não houve a efetiva adesão, com certeza outras medidas serão tomadas.Amanhã teremos pista fechada, apenas corredor de ônibus será liberado. Se houver necessidade, mais vias serão fechadas", afirmou.
Profissionais de saúde
Ainda de acordo com o secretário, o cadastro dos médicos para isenção de rodízio será automaticamente migrado para liberação do uso do corredor.
A secretaria de transporte irá acionar a rede hospitalar para que os demais funcionários do serviço de saúde também sejam cadastrados e tenham autorização para circular.
O secretário afirmou ainda que se os bloqueios refletirem em um aumento na procura pelo transporte público, a frota de ônibus poderá ser ampliada.
"A SPTrans está fazendo monitoramento diário, se houver aumento de demanda, logicamente a frota será aumentada."
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o bloqueio ocorre apenas no horário de pico da manhã, das 7h às 9h, nas seguintes vias, que terão uma faixa livre para circulação:
Zona Sul: Av. Moreira Guimarães x Av. Miruna;
Zona Norte: Av. Santos Dumont x Av. do Estado;
Zona Leste: Av. Radial Leste x Rua Pinhalzinho;
Zona Oeste: Av. Francisco Morato x Rua Sapetuba.
No mesmo horário também haverá blitzes educativas nas seguintes vias da Zona Oeste:
Av. Dr. Vital Brasil x R. Camargo;
Av. João Paulo I, altura do n° 2.868.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse em entrevista à GloboNews que os bloqueios poderão ser ainda mais restritivos, com ampliação do horário de interdição para o dia todo e com limitação sobre o tipo de veículo que poderá circular na faixa livre.
"A gente deve começar a fazer bloqueios definitivos em algumas vias da cidade a partir da segunda-feira e, também, se for o caso, rever essa lista de comércio essencial na cidade de São Paulo. Mas até o dia 8 vamos ver se é o caso de prorrogar a quarentena do jeito que está, flexibilizar ou tornar mais rígida a circulação de pessoas”, afirmou.
O secretário municipal da Saúde afirmou que a capital não vai determinar o fim da quarentena no dia 11 de maio. "Já há uma decisão tomada. Nós não temos como. Na capital é absolutamente impossível isso. Ao contrário: nós estamos começando uma discussão para fortalecer algumas medidas para aumentar a taxa de isolamento", disse Edson Aparecido.
O bloqueio parcial do trânsito foi testado na semana passada em vias como a Radial Leste, que teve duas faixas bloqueadas na altura da Avenida Aricanduva, e causou lentidão no trecho.
A medida tem como objetivo aumentar a taxa de isolamento social no município, que está em 53%, enquanto o ideal para combater a propagação do coronavírus seria de 70%. A Prefeitura de São Paulo já interditou 235 estabelecimentos por desrespeitarem a quarentena.
A falta de adesão da população ao isolamento preocupa o governo, já que o o pico da doença está previsto para este mês de maio.
Uso obrigatório de máscaras
Também passa a valer nesta segunda-feira (4) a obrigatoriedade do uso de máscaras para passageiros e motoristas das linhas da Companhia Paulista Metropolitana de Trens (CPTM), Metrô, ônibus rodoviários, interestaduais e no município de São Paulo. A medida também será válida para táxis e carros de aplicativos na cidade de São Paulo.
Segundo Bruno Covas, as empresas de ônibus serão multadas em R$ 3.300 por dia, para cada coletivo, se tiver pelo menos um passageiro sem máscara.