O RIO DE JANEIRO PODERIA ZERAR FILAS SE HOSPITAIS TIVESSEM FUNCIONANDO
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Publicado em 19/05/2020

Enquanto o Estado do Rio chega à marca de 4 mil casos da Covid-19 confirmados em 24 horas (número mais alto até agora, atribuído à ampliação da testagem de pacientes), os sete hospitais de campanha previstos para apoiar a rede estadual na pandemia amargam atrasos. Apenas parte da estrutura da unidade do Maracanã vem funcionando. Os outros seis hospitais em São Gonçalo, Nova Iguaçu, Caxias, Campos, Casimiro de Abreu e Nova Friburgo estão com atraso de quase 20 dias nas obras, o que agrava a situação de falta de leitos.

Se todas as unidades já estivessem em funcionamento, os hospitais de campanha ofereceriam 1.300 leitos, dos quais 520 de UTI e 780 de enfermaria. Nesta segunda-feira, 335 pessoas aguardavam na fila por uma vaga de terapia intensiva no estado, e outros 333 em enfermarias.

Um relatório da própria organização social encarregada de erguer e administrar as unidades o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), entregue ao novo secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, lista uma série de problemas para montar os hospitais, de questões burocráticas a operacionais. O Iabas já havia alegado que 30% dos funcionários envolvidos no projeto contraíram a Covid-19. Agora, o instituto dá uma nova previsão para as inaugurações: a do Pavilhão B do Maracanã, será na sexta-feira; São Gonçalo e Nova Iguaçu, quinta; Nova Friburgo, domingo; Campos, segunda-feira; Caxias, próxima terça; e Casimiro de Abreu, dia 27.

Dos R$ 836 milhões previstos no contrato, o Iabas já recebeu R$ 256,5 milhões. Segundo a OS, R$ 30 milhões foram investidos e R$ 116 milhões, aplicados em custos operacionais.

Recorde de casos

O documento do Iabas entregue a Ferry que já manifestou a intenção de mudar a forma de utilização dos hospitais de campanha, que passariam a funcionar como grandes enfermarias relata até tiroteio. Na última sexta-feira, o superintendente do instituto, Hélcio Watanabe, teria ficado abaixado durante uma hora e meia por conta de um confronto em São Gonçalo. O Iabas destaca que outros episódios semelhantes afastam o interesse de prestadores de serviço e pede reforço do policiamento. A Polícia Federal investiga se o Iabas teve alguma relação com os acusados de fraude na saúde.

O Estado do Rio se aproxima da marca de 3 mil mortos por Covid-19, enquanto a capital chega perto de 2 mil vítimas. Em 24 horas, segundo boletim divulgado nesta segunda pelo estado, o Rio teve 137 novas mortes (119 na capital), totalizando 2.852. A cidade agora soma 1.960 óbitos. O número de casos confirmados disparou: no estado, já são 26.665 contaminados, um salto de 4.427 nos diagnósticos positivos em relação ao último boletim. Em nota, a secretaria destacou que aumentou a capacidade de testagem do Laboratório Central Noel Nutels de 900 para 1.800 análises de amostras diárias.

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