BR: INQUÉRITO APONTA QUE POLICIAL É AUTOR DA MORTE DA EX ESPOSA EM SP
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Publicado em 23/05/2020

O inquérito policial sobre a morte de Débora Raquel Silva, de 28 anos, ex-esposa do soldado da Polícia Militar Edgar de Oliveira Fonseca, de 33, foi encerrado e aponta que o PM é autor do feminicídio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil neste sábado (23). O crime ocorreu no último dia 11, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, no litoral de São Paulo.

Na ocasião, a jovem e o atual namorado dela estavam chegando à casa do companheiro, quando foram atingidos por disparos de arma de fogo. Ela não resistiu aos ferimento e morreu no local. Já o rapaz foi resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o pronto-socorro. Ele sobreviveu.

Segundo informado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o policial militar foi preso em flagrante por homicídio qualificado e tentativa de homicídio na mesma noite, por volta das 23h33, na Rua São Pedro, em Vicente de Carvalho.

O caso foi investigado pela equipe da Delegacia Sede de Guarujá, que finalizou o inquérito na tarde de sexta-feira (22), devido ao fim do prazo legal, conforme explicou o delegado Thiago Nemi Bonametti.

Ele informou que algumas diligências faltantes serão enviadas direto ao juízo, para serem analisadas. No entanto, ele reforça que o laudo da perícia apontou que as cápsulas de munição encontradas no local do crime são do mesmo lote da arma do policial.

“Isso não é conclusivo, porque o lote de munições não é só para uma pessoa, mas reforça os outros indícios de que foi o policial mesmo o autor. Outro indicativo é o exame na arma, que resultou positivo para disparos recentes”, afirma.

A arma do PM, municiada com 15 projéteis, apresentou dez munições com o mesmo número de lote e fabricação das cápsulas encontradas pelos peritos. As outras cinco balas apresentavam lote diferente das demais. “Desconfiamos que as munições usadas no crime, cerca de cinco, teriam sido completadas no carregador. A perícia da arma e munições reforçou essa hipótese”, explica Thiago.

“Aguardamos, ainda, o resultado da balística definitiva, que será conclusiva, mas deve demorar um pouco ainda e depende da finalização do exame necroscópico da vítima. Nesta fase, a Polícia Civil concluiu haver indícios suficientes de que o policial foi o autor de um feminicídio e de uma tentativa de homicídio. Agora, os autos seguem para análise do Ministério Público, que decidirá se ele será formalmente acusado, e do Juiz, que decidirá se receberá a acusação e iniciará o processo”, explica.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o inquérito foi relatado após reconhecimento do suspeito por parte da vítima sobrevivente e da análise de objetos pessoais e da arma utilizada no crime. O policial, lotado no 6º BPM/I, permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.

Entenda o caso

A jovem morta a tiros já havia registrado boletim de ocorrência por violência doméstica contra o PM em 2011, alegando sofrer ameaça de morte. Segundo uma colega de Débora, ela era constantemente ameaçada pelo policial. Além da morte da jovem, o ex-marido também é investigado por efetuar disparos contra o atual namorado da vítima.

Pouco antes de morrer, a jovem trocou mensagens via WhatsApp com amigos afirmando que estava feliz na nova relação. O crime aconteceu às 23h30, quando as vítimas chegavam em frente à casa do atual namorado de Débora, na Rua São Pedro, no bairro Pae Cará, no Distrito Vicente de Carvalho. O PM é suspeito de ter ido ao local de moto e efetuado disparos que atingiram a jovem e seu namorado, de 24 anos. Ela não resistiu e o namorado levou um tiro de raspão.

Débora teve com o soldado dois filhos, um menino de 7 anos e uma menina de 6. Segundo a PM, após o crime, as equipes policiais seguiram para a casa do ex-companheiro da vítima. O rapaz foi encaminhado à delegacia e negou envolvimento no crime.

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