A professora Meire Castro Ribeiro, de 50 anos, sofreu uma lesão no olho após um lança confete, que havia falhado duas vezes, estourar e atingir o rosto dela durante uma festa de aniversário em Iguape, no litoral de São Paulo. Em entrevista nesta segunda-feira (1), ela disse que o produto, que aparenta ser inofensivo, virou algo perigoso.
"Foi um susto muito grande. Agradeço a Deus, escapei de uma situação pior. Nunca imaginei passar por isso. Você vai em uma festa de aniversário, de criança, você está se divertindo e, do nada, tem que passar por uma situação dessas. Complicado", disse.
Meire explicou que o acidente ocorreu em uma festa de aniversário. Ela conta que o marido acionou duas vezes o produto, que solta confetes, mas o equipamento falhou. "E, quando ele virou para colocar em cima da mesa, o produto explodiu e acertou no meu rosto".
A professora conta que estava com óculos. O produto bateu na lente, que estourou e o vidro atingiu o olho dela. "Quebrou com a pancada e entrou vidro no meu olho. Apesar que os médicos [que a atenderam] falaram que a minha sorte é que eu estava com o óculos".
Ela só percebeu que o vidro tinha atingido o olho dela quando estava dentro do carro, indo embora da festa. "Uma das convidadas levou o óculos para meu filho e levou o vidro da lente. Aí, percebi que tinha quebrado. E, como estava ardendo muito, consegui assimilar que o que estava ardendo era o vidro no meu olho", afirmou.
Após receber atendimento médico, agora, a professora está fazendo tratamento com colírio, pomada e tem retorno marcado com o oftalmologista em 5 de agosto para uma nova avaliação sobre a lesão que, até então, foi considerada leve.
A professora contou que ainda sente dor na região do olho, que também coça, devido ao acidente. "Minha visão está turva, mas acredito que seja consequência da lesão. Meu rosto ficou como se tivesse queimado e o químico da escola [onde trabalha] falou que aquilo tem pólvora, eu nem sabia. A gente nem procura ver a composição".
Após o episódio, ela diz que nem pensou em pegar a embalagem do produto para verificar o fabricante. Para Meire, o produto que aparenta ser inofensivo é perigoso.
"Acho que tem que ser um alerta mesmo porque as pessoas compram e eu nem tinha noção do perigo que isso é. Acham que é algo inofensivo. Se fosse uma criança teria matado porque foi uma pancada muito forte. Não recomendo utilizarem. Hoje em dia vou correr, ficar bem longe disso, é uma coisa perigosa e a pressão que aquilo exerce a gente não tem noção", finalizou.
O que diz o especialista?
O oftalmologista Osvaldo Vieira Junior disse que algum outro objeto presente no cilindro, que não o confete, possa ter atingido o óculos de Meire, como um pequeno estilhaço de metal da estrutura do brinquedo, por exemplo. Segundo ele, apenas o papel não teria força suficiente para quebrar uma lente.
O especialista comenta que o acidente envolvendo Meire foi perigosíssimo e poderia ter perfurado o olho e a córnea. Entretanto, no caso dela, onde o globo ocular foi lesionado, o tratamento indicado é com uso de colírios e pomadas.
Osvaldo enfatiza que é preciso ter cuidado redobrado com quaisquer objetos e brinquedos potencialmente perfurantes aos olhos, principalmente, no caso de crianças. Objetos como lápis, canetas e até cabos de vassouras podem se tornar vilões e causar lesões perfurantes ou contusas [quando impacto fere, mas não perfura, causando inchaço e dor].