A Polícia Civil do Distrito Federal divulgou imagens, nesta quarta-feira (3), do terceiro homem envolvido na morte da técnica em enfermagem Danyanne da Cunha Januário da Silva, de 35 anos (veja vídeo acima). O corpo da mulher, que estava desaparecida há uma semana, foi encontrado durante a manhã.
O suspeito, conhecido como 'Negão', teria sido o responsável por atirar na vítima.
Segundo a polícia, Danyanne era agiota e foi assassinada pelos homens que a ajudavam a encontrar clientes (saiba mais abaixo). Dois suspeitos já estão presos.
Câmeras de segurança mostram o suspeito andando por uma rua, no Riacho Fundo, mesma região onde a técnica de enfermagem morava. O vídeo é de 27 de julho, data em que a mulher foi vista pela última vez; veja acima.
Emboscada
De acordo com a investigação, Danyanne foi vítima de uma emboscada. A polícia aponta que ela morreu com um tiro na cabeça, no mesmo dia do desaparecimento
'Negão' teria simulado um assalto no momento em que ela estava com os outros dois homens, com quem dividia os lucros da agiotagem.
O esquema de agiotagem
Segundo a Polícia Civil, Danyanne era agiota e emprestava dinheiro com juros de 50%. Os dois homens presos atuavam com ela, e eram responsáveis por encontrar pessoas interessadas nos empréstimos. Eles ficavam com 60% do valor dos juros, e ela com 40%.
Um dos suspeitos fazia parte do esquema há cerca de dois anos, segundo os policiais. O outro teria começado em fevereiro passado.
Enganada pelos parceiros
De acordo com a polícia, os suspeitos – que trabalhavam com Danyanne – ganharam a confiança da vítima e começaram a "simular" clientes que não existiam para pegar dinheiro para uso próprio.
A polícia afirma que a mulher não chegou a cobrar a dívida, mas foi assassinada porque um dos homens decidiu que não pagaria o débito. Em depoimento, os presos disseram que "temiam alguma possível retaliação se não pagassem a dívida".
No entanto, os investigadores contam que a análise das mensagens entre a vítima e os suspeitos indicam que ela não desconfiava e nem tinha feito qualquer cobrança.
Aos policiais, os presos disseram que a dívida era de R$ 35 mil. No entanto, a família de Danyanne afirma que ela mantinha anotações sobre todos os empréstimos, e que o valor pode chegar a R$ 80 mil.
Crime planejado
Segundo o delegado Lúcio Valente, da 29ª DP, do Riacho Fundo, cerca de duas semanas antes do crime, um dos suspeitos passou a falar com o outro que queria "dar um fim" em Danyanne. A polícia afirma que eles foram ao local onde a vítima foi executada, um terreno no Incra 9, em Brazlândia, antes do crime, que foi premeditado.
No dia da morte, os dois presos entraram em contato com a vítima e disseram que fariam o repasse do dinheiro devido. Ainda de acordo com a investigação, acreditando que "seria um encontro rápido", Danyanne não levou o celular e deixou os dois filhos, de 11 anos e de 13 anos, em casa.
No local marcado, um terceiro homem, que seria "Negão", apareceu e simulou um assalto. Os três levaram a vítima até Brazlândia, onde ela foi morta.
Ainda de acordo com a investigação, um dos presos confessou o crime, mas o segundo nega. Os dois foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver e, segundo a polícia, serão responsabilizados também por homicídio qualificado e roubo de veículo.
O carro de Danyanne não havia sido encontrado até a tarde desta quarta-feira (3).